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Com certo receio e medo, atendo a ligação, suspirando quando escuto a voz do outro lado da linha.

- Onde você está Marina? - escuto a voz do meu pai, firme e grossa.

- Eu estou em casa, porque? - minto, ele não estava aqui para saber se é verdade ou não.

- Continua mentindo? E eu realmente achava que te deixar ficar aqui sozinha iria fazer você ganhar um pouco de responsabilidade - Meu coração congela de novo, e as minhas pernas ficam trêmulas "aqui"?

- Mas eu estou falando a verdade, estou em casa - Digo com a voz trêmula, querendo não pensar na probabilidade dele estar em Outer Banks.

- Marina você acha que eu sou um palhaço? Eu já te procurei nessa merda de casa inteira, você não está aqui! - diz aumentando o tom de voz, e é aí que os meus olhos se enchem de lágrimas, não pode ser real.

- Você está em Outer Banks? Mas você e a mãe só iam vir daqui um mês! - digo desesperada, querendo ouvir ele dizendo que não estava aqui.

- Eu quero você em casa agora! - meu pai diz rígido e desliga a ligação, sem nem me deixar responder.

Seco as lágrimas que queriam descer e respiro fundo, tentando me acalmar e indo pra rodinha onde estava o pessoal.

- É... gente desculpa estragar, mas eu preciso voltar pra casa - digo tímida e nervosa

- A gente já tava indo também, o Pope tem que ir estudar - John B diz zoando Pope, que revira os olhos, me fazendo sorrir fraco.

- Tá tudo bem? - JJ me pergunta, se sentando ao meu lado, olhando na direção em que eu olhava, pensando só na surra que iria levar quando chegar em casa.

- Tá sim, é que tá ficando tarde - digo dando de ombros sem olhar para ele.

(...)

Estou em frente à porta da minha casa nesse exato momento, não consigo ter coragem pra sequer abrir a porta, só de lembrar que o meu pai irá estar atrás dessa porta, me esperando, já me dava vontade de chorar sem parar. Não conseguia acreditar que ele tinha voltado.

Fecho os olhos e suspiro pela última vez, criando coragem para levantar a mão e finalmente abrir a porta e ver as luzes acesas, entro dentro de casa e fecho a porta, não tinha ninguém no Hall de entrada. Escuto vozes na cozinha e penso se deveria ir na cozinha ou apenas subir pro meu quarto.

- Oi Mari - me assusto com a voz da minha mãe.

- Ah, oi mãe - abraço ela, a minha relação com a minha mãe era boa, pelo menos isso.

- É...vocês não iam vir pra cá só depois? - pergunto confusa

- Sim, mas o seu pai decidiu terminar o resto do trabalho por aqui mesmo. - Diz a minha mãe, e percebo que sua aparência nunca muda. Phoebe Tonkin possuia uma beleza distinta, com cabelos castanhos médios. Seus olhos são notavelmente expressivos, com a cor esverdeados destacando-se. Ela tem uma estrutura facial elegante, apresentando maçãs do rosto suavemente contornadas e uma mandíbula refinada.

Volto a realidade novamente quando escuto a voz do meu pai. E vejo o homem que mais tenho raiva na minha frente. Michael Trevino com seus cabelos escuros, muitas vezes usando um estilo curto ou médio. Seus olhos são castanhos e expressivos. Ele tem uma mandíbula definida e com uma estatura média. Ao longo de sua carreira, ele mantém uma imagem elegante, muitas vezes apresentando uma barba bem cuidada.

Mas só eu e a minha mãe sabíamos, que por trás dessa aparência amigável e elegante, existia um homem covarde que bate na própria esposa e na filha, que era um alcoóletra de merda.

Paradise on Earth - JJ Maybank Onde histórias criam vida. Descubra agora