Capítulo 33

218 17 4
                                    

As coisas estavam se complicando, o governo estava se aproximando e estava começando a ficar difícil despistá-los.
E para piorar ainda mais, descobri que fui traído por alguém que acreditava ser meu amigo, agora ela está no hospital, e eu nem sequer posso me aproximar do local pelo fato do lugar estar cercado dos federais.
Eu poderia tentar entrar disfarçado, afinal de contas os homens do Bloomgate são incompetentes, o problema são os dois agentes que estão na porta do quarto dela.

— Mas que merda!

Esbravejei levando minhas mãos até o meu rosto. Olhei para a tela daquele computador vendo ela com todos aqueles tubos injetados nela, invadir a câmera do quarto foi a única forma de saber como ela está, infelizmente.

— Como eu pude deixar isso acontecer, porra?! - joguei todas aquelas coisas que tinha em cima de mesa e tudo se transformou em cacos quando tiveram contato com o chão — Ela não pode morrer, ela tem que escapar.

Deslizei pela parede deixando finalmente as lágrimas rolarem. Ouvi batidas na porta daquela cabana velha abandonada, e tava pouco me fodendo se fosse o FBI. Se ela não sobreviver então eu não teria motivos para continuar fugindo.
Mesmo de máscara pude sentir um cheiro de algo que parecia ser gasolina, logo após pude ouvir passos se aproximando, mas já não tinha forças e nem ânimo para reagir.

— Mas que merda cara, tem ideia de quanto tempo Phil e eu estávamos te procurando? Você quase nos matou do coração.

Ao reconhecer aquela voz, toda a tristeza e angústia que eu estava sentindo se transformou em raiva. Levantei e encarei aquele desgraçado e me segurei para não avançar em cima dele.

— O que diabos está fazendo aqui? - Olhei para aquela cara cínica dele sem acreditar que ele teve a audácia de vir até aqui.

— Como assim o que estou fazendo aqui? Eu vim atrás de você cara. O FBI está na cidade, você precisa sair daqui o mais rápido possível - pela primeira vez na vida, aquele palhaço conseguiu me fazer rir — Qual é a graça?

— Você fingindo se preocupar comigo. Acha mesmo que vou ter coragem de fugir vendo ela naquele estado? - comecei a me aproximar e tirei a minha máscara - E pior, sabendo que a pessoa que colocou ela naquela cama de hospital ainda está andando livre por ai?

— Você já sabe quem foi? - a cara desse filho da puta nem treme, mas vamos ver até quando ele vai conseguir manter esse jogo.

— Achou mesmo que eu não seria capaz de descobrir o que você fez? - parei na frente dele, o encarando e ele se fez de desentendido — É melhor você começar a rezar para que ela sobreviva.

— Eu não estou entendendo Nymos, o que está insinuando? - a voz dele já está me dando asco, então vou acabar de vez com esse papo furado.

— Pare de jogos, você não me engana mais. É sério? Achou mesmo que ia roubar o MEU PROGRAMA e eu não ia perceber?! - gritei e ele começou a recuar — E ainda tenta matar a única pessoa que ainda me resta nessa vida. Agora eu quero que me diga, por quê?

Finalmente ele saiu da postura de vítima e começou a mostrar sua verdadeira face.

— Porque você não a merece. Fala sério, ela é areia demais para você

Eu comecei a rir, e o meu ato fez ele colocar uma feição irritada.

— E agora do que está rindo?

— De você. Agora eu consigo entender, você acha mesmo que quando ela acordar não vai procurar por mim? - continuei rindo o que só deixou ele ainda mais irritado

— Ah ela vai, mas você não será mais um problema “amigo” - ele colocou a mão no bolso e tirou de lá um isqueiro.

— Bem que eu senti um cheiro de gasolina a poucos minutos atrás.

— E mesmo assim continuou aqui? Esperava mais de você, parceiro - ele tem um sorriso vitorioso no rosto, mal sabe que terei prazer em estragar os planos dele.

— Não se preocupe, eu irei fazer uma última promessa como seu “amigo”, eu ainda vou me vingar, parceiro. Não pelo que você fez comigo, mas sim pelo que fez a ela. Não vou permitir que faça com ela o mesmo que fez com a outra.

— É uma pena que não vai estar aqui para cumprir. - ele acende o fósforo e se prepara para jogar.
— Adeus, Jake
Ele solta o isqueiro e o local inteiro começa a pegar fogo, ele rapidamente sai do ambiente onde estávamos e tranca a porta.

POV SN

Esse homem pesa, foi com muito esforço que consegui levar ele até um dos quartos que ficavam no andar de baixo.
Procurei por kits de primeiros socorros e quando encontrei fiquei meio perdida sem saber o que fazer.
Mas esse cara precisava de ajuda e eu não tenho sangue de barata para deixar ele morrer.
Resolvi deixar meus medos de lado e tentar tirar aquela bala da maneira que eu achava que era, e antes de mais nada eu precisaria tirar aquela camisa dele, como ele era muito pesado as minhas únicas opções seriam rasgar ou cortar.
Peguei uma tesoura, cortei sua camisa e comecei o trabalho para retirar a bala. Me surpreendi com a minha agilidade em tirar a bala, era como se eu já tivesse feito antes, mas eu tenho plena consciência de que nunca fiz isso na vida.
Removi a bala e após alguns minutos percebi que ele estava ardendo em febre, tinha que achar uma forma de baixar isso.
Fiz uma compressa e coloquei em sua testa, logo após fui colocar o curativo no local onde ele havia levado um tiro e notei um desenho um pouco acima do ferimento, mas precisamente no peito. Era um cadeado? Estranho, quem tatuaria um cadeado em seu peito?
A febre está baixando, mas essa máscara preta cobrindo seu nariz e boca pode acabar piorando tudo.
Resolvi baixar um pouco, mas quando toquei minha mão tocou o tecido preto, senti a mão dele segurar a minha, impedindo que a tirasse.

— Não… - sussurra, mas é possível ouvir sua voz.

— Mas… se não tirar, você pode piorar.

— Eu vou ficar bem, graças a você. Obrigado.

— Não precisa agradecer, era o mínimo que eu poderia fazer. Mas o que aconteceu?

Ele não me respondeu, quando fui chamá-lo mais uma vez. Percebi que havia desmaiado, de novo.





Boa noite e boa leitura :)

Esperança de um novo começo Onde histórias criam vida. Descubra agora