06 - Está me dando uma ordem, Wright?

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🖇 | ALASKA W.

Como previ, o ambiente de trabalho no dia seguinte estava dominado por uma energia caótica. Todo mundo com quem eu falei reclamou da mudança no sistema de trabalho e eu concordei com eles, enfatizando que eu já sabia que a máscara de bom moço do nosso chefe não iria durar muito. Vi pessoas indo para a sala dele e voltando aborrecidas e derrotadas. Não sabiam lidar com a negociação desse tipo.

Eu estava despreocupada, poderia lidar com o aumento de trabalho e com certeza manteria a minha capacidade de realizar extras. Mas assim que sentei na minha cadeira e vi no meu e-mail profissional o número exorbitante de livros com os quais teria que trabalhar eu quase joguei tudo para o alto de raiva. Sim, eu conseguiria fazer, mas teria que abdicar dos extras. O número que me deram era muito maior do que o que os outros editores receberam e isso só podia ser algum problema pessoal comigo.

Saí da minha sala e fui direto para a de Vinnie, deparando-me com um amontoado de funcionários que tentavam falar uns por cima dos outros. Vinnie estava quieto, de pé do outro lado da mesa e numa seriedade que não evidenciava nenhum traço de preocupação.

— Silêncio! — gritei de forma autoritária e eles imediatamente se calaram. — Acham que vão resolver alguma coisa com essa baderna? Saiam daqui imediatamente e deixem comigo!

Atendendo ao meu pedido nada delicado, eles deixaram a sala. Vinnie olhou para mim com a sobrancelha erguida como se eu não soubesse o que estava fazendo.

— Está feliz? — perguntei. — Todo mundo está andando para lá e para cá como baratas tontas.

— É só questão de tempo para se acostumarem. — ele não estava nada preocupado.

— Você sabe que quase ninguém vai ser capaz de realizar trabalho extra para ganhar um bônus. Se eu não vou conseguir, ninguém mais vai. Sou a mais rápida e sei bem que você foi metódico para que ninguém aqui tivesse tempo para pegar um trabalho fora de suas obrigações.

— Achei que tínhamos finalizado essa conversa ontem. — suspirou entediado.

— Por que está tão tranquilo? A noite com a Tiffy foi tão boa assim? — o provoquei.

— Não mais do que a noite em que uma estranha ligou para mim sem querer e me fez ter um delicioso orgasmo só por causa da voz dela. — sorriu ao me provocar de volta.

Senti meu rosto queimar e o odiei ainda mais quando me viu ficar vermelha e abriu um sorriso satisfeito como se tivesse vencido alguma coisa.

— Disse que íamos esquecer isso! — o adverti.

— Posso estar falando de qualquer mulher que goste dessas loucuras. — defendeu-se.

— Me chamou de louca!?

— Não. — franziu a testa.

— Ok, voltando para o ponto principal. — sacudi a minha cabeça para voltar à minha sanidade. — Aquele caos que está acontecendo lá fora só vai piorar, o tiro vai sair pela culatra e você vai vir correndo dizer que eu tinha razão. Não pode controlar isso se não devolver os extras para eles.

Vinnie respirou fundo e soltou o ar devagar novamente de maneira entediada. De repente eu quis bater nele pelo fato de que estava tratando tudo o que eu dizia como se fosse uma bobagem.

— Você sempre pensa o pior das pessoas? Não tenta arrancar as coisas positivas delas?

— A única coisa que eu arranco das pessoas é utilidade. Só para deixar claro, eu também teria aumentado a carga de trabalho, mas faria isso gradativamente para evitar esse choque. Você vai ter que fazer isso de qualquer maneira, então trate de se organizar!

Call Me When You Want ᵛᶦⁿⁿᶦᵉ ʰᵃᶜᵏᵉʳOnde histórias criam vida. Descubra agora