09 - Eu quero que ele vá embora.

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🖇 | ALASKA W.

No domingo, tive que voltar para o prédio onde Vinnie morava para pegar o meu carro. Enviei uma mensagem avisando que estava chegando para que ele liberasse a minha entrada no estacionamento. Saí do Uber e fui direto para a portaria, ficando surpresa por ele estar lá me esperando. Usava bermuda, uma camiseta branca lisa, chinelos e óculos escuros. Nunca o vi vestindo nada que não fosse formal, então foi interessante ver essa sua outra face.

— Não precisava ter descido para me receber, era só avisar ao porteiro que eu vinha. — falei parando em sua frente.

— Não estou te recebendo, eu vou sair agora.

— Ah. — por alguma razão, eu gostaria que ele estivesse sendo gentil comigo ao invés disso.

— Oi, gato! — uma garota com cabelo platinado, alta e magérrima se aproximou e beijou o rosto dele. Usava roupas de praia e parecia uma dessas modelos da Victoria Secrets. — Podemos ir?

— Claro. — ele sorriu para ela. — Sandy, essa é a Alaska, ela trabalha para mim.

— Trabalho com você. — o corrigi irritada. — Então a Tiffy já foi dispensada? Coitadinha.

— Quem é Tiffy? — Sandy franziu a testa.

— Ninguém importante. — Vinnie apressou-se. — Que tal você pegar o seu carro agora, Wright? — forçou um sorriso para mim e eu vi que ele queria me expulsar imediatamente.

Fui na frente até o estacionamento e tive que ouvir os dois atrás de mim, ela dando risadinhas a cada coisa idiota que ele cochichava em seu ouvido ou beijinho roubado. Rolei os olhos umas cinco vezes antes de chegar ao meu carro.

— Vejo você amanhã na nossa primeira reunião com o Joseph Hunter! — Vinnie disse ao abrir a porta do seu Range Rover. — Acho que vai ser promissor. Conversei com ele por telefone e ele me disse que tem interesse em fazer uma série de quatro livros dependendo do desempenho das vendas.

— Eu prefiro que a gente não se precipite.

— Vamos deixar essa conversa para amanhã. Bom domingo! — acenou e entrou no carro junto com a sua modelo impecável.

O dia mal havia começado e Vinnie já tinha conseguido me estressar mesmo sem aquele ser um dia de trabalho. Só de pensar na reunião do dia seguinte eu já me irritava em imaginar as coisas que ele diria e que com certeza seriam contrárias às minhas ideias de propósito.

Resolvi que passaria o dia fortalecendo todo o meu material para a reunião. Eu tinha que ser certeira e desviar de qualquer obstáculo que Vinnie colocasse em meu caminho. Se alguém iria ser testado, esse alguém seria ele.

Eu sabia o que o autor queria porque conversei com ele muito antes de qualquer outras pessoa, só precisava dar um toque para agradá-lo, por isso liguei para o Kio e pedi que ele ilustrasse um pôster referente à história do livro com todos os elementos de destaque que o autor afirmou preferir. A arte ficou incrível e eu estava confiante para o dia seguinte.

Cheguei à empresa segurando um copo térmico com café e fui direto para a minha sala. Coloquei a chave na fechadura e tentei girar a maçaneta, mas parecia que estava emperrado. Tentei mais algumas vezes até começar a me estressar.

— Ele mudou a fechadura. — ouvi alguém dizer atrás de mim.

Virei-me e encontrei Bethany com um olhar frustrado.

— O que disse? — perguntei achando não ter ouvido direito.

— Ele mudou a fechadura da sua, da minha e da porta do Ryan. Depois disso ele mandou que colocassem nossas coisas em caixas e moveu tudo para os cubículos. Voltamos para lá.

Call Me When You Want ᵛᶦⁿⁿᶦᵉ ʰᵃᶜᵏᵉʳOnde histórias criam vida. Descubra agora