41 - Acabou.

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🖇 | ALASKA W.

Estava na beira do rio usando um biquíni, sentada sobre uma canga e enxugando o meu cabelo com o auxílio de uma toalha. Meu corpo tremia um pouco por causa do contato com o vento depois de passar alguns minutos nadando. Justin ainda estava na água e eu o observava dar braçadas e se mover graciosamente e rapidamente por vários metros, seus músculos contraindo conforme ele se movia. A antiga Alaska com certeza faria o que a mamãe sugeriu e não se limitaria a só dar alguns beijos. Essas férias poderiam ser aproveitadas de outra forma se eu não estivesse com os meus pensamentos em outra pessoa.

Justin saiu do rio e veio andando na minha direção, esfregou sua mão nos cabelos fazendo várias gotículas de água se espalharem pelo ar e não parou de me encarar até estar em pé diante de mim. Eu tive que erguer a cabeça e colocar a mão na frente da testa por causa do sol.

— Está com frio? — ele perguntou.

— Um pouco. — respondi.

Justin sentou ao meu lado, pegou sua toalha que estava seca – ao contrário da minha – e a colocou em volta de mim.

— Você não vai se secar? — perguntei.

— O sol fará isso por mim. — sorriu.

— E não está com frio?

— Não.

Depois de garantir que a toalha me cobria bem, ele envolveu seu braço em minha cintura e eu travei momentaneamente, voltando a me recompor e tentando não ficar desconfortável. Éramos amigos, podíamos ter intimidade, não havia problema algum.

— E então, Alaska, alguém especial na Califórnia?

Olhei para ele de relance tentando pescar o intuito daquela pergunta e não gostei nada da segunda intenção que percebi. Ainda assim, eu iria ser sincera, agir no neutro e responder diretamente que não estava interessada no caso de ele ser direto.

— Sim. — assenti. — Mas não estamos mais juntos.

— Por que?

— Porque eu vou embora.

— Terminou com ele porque vai morar no Canadá?

— Na verdade, foi ele que terminou comigo.

— Que babaca. — franziu a testa.

— Não, não é o que está pensando. — me apressei em corrigir. — Eu não queria ir para o Canadá porque preferia ficar perto dele. Ele descobriu os meus motivos e terminou comigo para que eu seguisse crescendo na minha carreira como sempre planejei. Ele não queria ser o motivo de eu atrasar os meus sonhos. — comecei a puxar algumas folhas da grama ao meu lado.

— Ah. Então isso foi nobre. — Justin olhou para o rio com um semblante pensativo e de repente soltou uma risada nasalada que não foi nenhum pouco bem humorada.

— O que? — fiquei confusa.

— Você deve amar demais esse cara se estava pensando em largar a sua vida profissional por ele. Lembro de quando você terminou comigo pelo motivo de que sentia que eu te prendia aqui. E você não queria ficar aqui.

— Nós éramos adolescentes, Justin. — suspirei.

— Então se fosse no cenário atual, teria terminado comigo? Se fosse eu no lugar desse cara, você teria escolhido a mim?

Não.

— É diferente. — falei.

— O que seria diferente?

— Eu amei você de um jeito inocente, doce, sonhador... Estava descobrindo a vida, as pessoas e os relacionamentos. E eu agradeço demais por tudo o que vivemos, mas não era algo para sempre. Fizemos tudo cedo demais.

Call Me When You Want ᵛᶦⁿⁿᶦᵉ ʰᵃᶜᵏᵉʳOnde histórias criam vida. Descubra agora