36 - Minha pérola.

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🖇 | VINNIE H.

Quando contei ao meu pai que levaria a Alaska para jantar conosco, ele ficou tão feliz que decidiu que a presentearia. Perguntou que tipo de joia ela gostava e que acessórios ela costumava usar. Eu estava prevendo que Alaska sairia de lá com alguma coisa cravejada de diamantes e uma sensação de que o meu pai estaria tentando pedir que ela se casasse comigo. Eu não duvidaria que ele pedisse isso com todas as palavras.

Deixei o meu presente para ela na casa do meu pai e fui buscá-la. Alaska quase me fez perder o fôlego quando a vi num maravilhoso vestido vermelho de costas nuas que contornava todo o seu corpo até um palmo acima do joelho. Os saltos a deixavam ainda mais elegante e eu não pude evitar o pensamento de que no final do jantar eu iria querer uma boa noite de sexo.

Durante o caminho, ela me contou sobre a resposta positiva de uma das editoras para quem ela enviou sua proposta. Além de chefiar, eles queriam que ela fizesse o papel de escritora fantasma quando preciso. Parecia ótimo, um trabalho fácil e com uma gorda remuneração. Estava feliz por ela, apesar de saber que seria difícil não trabalharmos mais juntos. Pelo menos poderíamos nos ver em outros momentos já que não nos odiávamos mais e deixamos o orgulho de lado para tentarmos ter um relacionamento.

Assim que chegamos, meu pai a abraçou como se fossem grandes amigos e não escondia o enorme sorriso no rosto. Alaska pareceu tímida, mas aliviada por ver que ele era legal. Os dois logo se entrosaram em uma conversa agradável e eu fiquei satisfeito com isso.

Jack estava mais calado do que o resto de nós e isso porque ainda não havia aceitado totalmente que a Barbara poderia estar seguindo em frente sem ele. Passei quase uma hora inteira naquela manhã tentando dar consolo a ele de alguma forma, mas nada parecia adiantar muito. Só o tempo traria conforto e paz.

Após o jantar, fomos para a sala de estar e nos acomodamos de frente para a lareira. Meu pai estava sentado na poltrona, Jack estava em um sofá e no outro Alaska e eu nos aconchegamos bem próximos, com ela contra o meu peito enquanto eu a abraçava.

— Sabe, eu fico tão satisfeito vendo que o Vinnie finalmente conseguiu uma namorada. Achei que isso nunca fosse acontecer. — meu pai disse.

Senti Alaska ficar tensa sob o meu toque quando a palavra "namorada" foi dita. Ela não gostou do termo? Não estava pronta? Ou será que estava sim pronta apenas esperando para que eu pedisse?

— E eu de fato não achei que essa namorada fosse ser a Alaska. — falei tranquilo passando minha mão pelo braço dela. — Mas estou feliz por ter acontecido.

Ela virou a cabeça e me olhou surpresa. Seus olhos brilhavam iluminados pela chama da lareira e seu lábio rosado estava entreaberto praticamente me convidando para um beijo.

— Namorada? — sussurrou para mim.

— É. Tudo bem? — sussurrei de volta.

Ela sorriu e assentiu com a cabeça. Aproximei-me e pousei meus lábios sobre os dela, parando o contato quando ouvi Jack resmungar para nós. Ele estava descontente, era óbvio. Ver um casal feliz na sua frente enquanto seu coração se partia pela segunda vez não era o melhor remédio.

— Que tal eu presentear todo mundo pra que o Jack fique mais animado com o natal? — meu pai perguntou.

— Só se você me der uma Mercedes. — Jack disse.

— O carro que quiser em troca do seu sorriso.

Jack forçou um sorriso exageradamente falso, o que arrancou risadas de mim e de Alaska.

— Ok. — meu pai riu também. — Vamos ver isso esta semana.

Alaska olhou para mim como quem pergunta "é sério?" E eu balancei a cabeça positivamente. Sim, o meu pai iria dar um carro ao Jack só porque ele estava triste. Parecia simples no meu mundo, mas eu entendia a surpresa dela.

Call Me When You Want ᵛᶦⁿⁿᶦᵉ ʰᵃᶜᵏᵉʳOnde histórias criam vida. Descubra agora