34 - Eu nunca fiz isso pra ninguém.

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🖇 | VINNIE H.

Bastou eu sentar à mesa em meu escritório que recebi uma ligação direto da diretoria. Eles me avisaram que Ryan entrou em contato antes mesmo que eu mandasse preparar o aviso prévio e implorou para que falassem comigo a respeito. Passei quase vinte minutos argumentando que Ryan não tinha respeito por seus colegas e nem por mim, que a demissão era por justa causa e que por mais que ele produzisse bastante acabava atrapalhando a produção dos demais.

Nada disso adiantou e eu fui informado de que a demissão da Bethany havia sido tolerada porque eu estava tendo um bom rendimento, mas que não aceitariam perder Ryan ou Alaska da equipe de edição. Tentei ser mais firme e dizer que a decisão final era minha e acabei sendo informado de que estavam planejando me dar uma promoção, um cargo mais alto. Isso me deixou confuso porque fazia pouco tempo que eu estava ali, mas fui aconselhado a manter a calma e não demitir um funcionário importante para que isso não prejudicasse a decisão.

Por mais que eu achasse que no final eu não seria promovido daquela forma, acabei cedendo a contra gosto. No final, eles tinham razão em dizer que perderíamos alguma coisa se aquele infeliz fosse embora. Eu só tinha que tomar tempo e encontrar uma nova maneira de colocá-lo em seu devido lugar.

Liguei no RH e informei que deveriam dispensar Ryan caso os procurasse sobre alguma demissão. Me concentrei no trabalho e comecei a ver tudo sobre a pré-venda de Joseph Hunter quando minha porta foi escancarada por Alaska, que a fechou em seguida e manteve-se próximo a ela, não dando um passo sequer na minha direção. Ela cruzou os braços e permaneceu séria, parecia que estava tentando segurar suas emoções. Eu sabia o que estava havendo. Alaska queria gritar comigo, mas estava se contendo.

— Eu sei, está brava porque eu não demiti o Ryan. — ergui minhas mãos como um sinal de paz.

— O que ele fez?

— Foi chorar com a direção. — rolei os olhos. — Tentei argumentar, mas me pressionaram argumentando que eu já tinha feito estrago ao demitir a Bethany. Praticamente me proibiram de demitir você e o Ryan.

— Te proibiram? E você não tem culhões? Você é o editor chefe, porra! — subiu o tom de voz.

— Alaska. — mantive meu tom baixo, porém mais sério.

Ela respirou fundo algumas vezes e se aproximou cautelosamente.

— Desculpe. — pediu. — Eu só não entendi.

— Eu já expliquei.

Bom, não expliquei a parte de que poderia ganhar uma promoção porque isso era meio impossível naquele momento. Mesmo que alguém tenha cogitado o meu nome, não parecia ser uma ideia que seria levada para frente. Ainda assim, era bom não irritá-los para caso a ideia fosse revista em um futuro.

— Ele sabe que nós estamos juntos. — ela disse.

— Como?

— Desconfiou e depois jogou uma isca que eu mordi feito uma idiota. — bufou. — Não sei o que ele pode fazer com essa informação.

— Nada. A não ser que você se importe que as outras pessoas saibam. — alguma coisa estava me dizendo que ela se importava desde o dia no coquetel quando negou me beijar.

— Não quero que achem que estou sendo interesseira.

— Sabe, Alaska, você deveria estender a potência do seu botão de foda-se e começar a se preocupar com si mesma. Por onde você for, sempre vai ter um idiota dizendo que você não merece algo que você tem, lide com isso e com todas as mentiras que vão contar pra te diminuir. No final, quem paga as suas contas é você. — eu não estava sendo agressivo, mas continuei com um tom sério dando um verdadeiro sermão.

Call Me When You Want ᵛᶦⁿⁿᶦᵉ ʰᵃᶜᵏᵉʳOnde histórias criam vida. Descubra agora