33 - Longo prazo.

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🖇 | ALASKA W.

Maddy e Jordan resolveram não ir para o Coquetel porque tinham o privilégio de poder ficar no quarto a noite inteira transando. Infelizmente, Vinnie era o chefe, então nós não podíamos nos dar esse direito. Kio estava com uma enxaqueca resultante da bolada que levou durante o tênis e não quis descer também, mas me fez prometer que levaria um prato de doces e salgados para ele.

E eu nem sabia exatamente o porquê de obrigar a mim mesma a participar daquilo, mas resolvi ir ao pensar que Vinnie só teria a companhia daquela gente falsa se eu não comparecesse. Ele iria me dever muita coisa depois desse sacrifício.

Fui até a mesa dos docinhos pegar algo para comer quando Ryan me abordou.

— Não te vi em nenhuma das competições, Alaska. Milagroso já que é tão competitiva. — falou.

Girei em meus calcanhares devagar e o encarei com um semblante tedioso.

— O maior mistério nessa empresa é o motivo de você insistir em falar comigo durante os eventos. — eu disse.

— Deus sabe que eu estou tentando quebrar o gelo entre nós. — falou em um tom falso de inocência.

— Não existe gelo, você é irrelevante na minha vida. — fui ríspida.

— Viu? Sempre está me afastando. Eu acho que isso é insegurança. — riu.

Rolei os olhos e dei um gole em meu vinho. Talvez se eu ficasse em silêncio ele acabasse com sua coletânea de frases chatas e resolvesse me deixar em paz.

— Mas eu acho que a gente seria uma equipe e tanto. — tocou o meu braço e eu olhei para aquela região incrédula por ele ter invadido meu espaço pessoal. — Sério, seríamos ótimos, porque somos os melhores. — tocou novamente.

Ele começou a falar sobre um projeto de republicação de livros clássicos e dizer o quanto queria que eu fizesse parte da equipe de edição com ele. A cada duas frases, Ryan me tocava como se tivéssemos intimidade e eu já estava perdendo a paciência.

— É claro que eu vou aliviar o seu lado. — riu. — Aposto que o Vinnie jogou todo o projeto do Joseph Hunter nas suas costas, afinal, ele é o chefe e te odeia. Deve ser um saco, não é? Eu coloquei na minha avaliação que meu desempenho ficou uma merda depois que as coisas mudaram. Quero minha sala de volta.

— Um bom editor consegue manter seu desempenho em qualquer ambiente. — falei apenas.

— Ah, jura? — desdenhou. — Aposto que você daria qualquer coisa para ter a sua sala de volta.

Soltei um suspiro entediado e desviei o olhar voltando a ficar em silêncio.

— E ele ainda demitiu a Bethany por chamá-lo de bastardo? Sério? Onde ela mentiu? — começou a falar mais baixo para que ninguém além de mim ouvisse. — A mãe dele despachou ele e o irmão assim que pôde, aposto que se ela estivesse viva nem daria um emprego para o Vinnie.

Agora eu voltei a olhar para ele e estava o encarando de um jeito mortal, imaginando minhas unhas em seu pescoço até que ele implorasse que eu não o sufocasse.

— Agora esse bastardo chega se achando só porque teve a sorte da mamãe estar morta e não poder impedir isso? — bufou. — Odeio o mercado de trabalho por ser tão injusto com quem se dedica.

Como se eu tivesse desligado a minha razão, joguei o conteúdo da minha taça na cara dele com toda a força. Ryan deu um pulo para trás pelo susto e me olhou em choque. As pessoas ao nosso redor saíram de suas conversas particulares para ver o que tinha acontecido e alguns já estavam rindo.

Call Me When You Want ᵛᶦⁿⁿᶦᵉ ʰᵃᶜᵏᵉʳOnde histórias criam vida. Descubra agora