08 - Sou melhor que você.

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🖇 | ALASKA W.

Maddy e Kio tentaram me convencer de que Vinnie só estava tentando ser um bom chefe, mas eu sabia que ele só queria facilitar o próprio trabalho nos bajulando com uma festa em sua casa chique só para esfregar nos nossos olhos que ele era rico e podia. Seu poder não tinha influência sobre mim, nem mesmo a maneira estúpida como ele podia ser o centro das atenções só por ser um cara branco padrão que tem o sangue de um símbolo morto da nossa empresa.

— Não acho justo que você queira derrubá-lo. — Maddy disse. — Não é um meio adequado para conseguir o cargo de editor chefe.

— Eu não quero derrubá-lo, só acho que ele fará isso sozinho. — expliquei. — Além disso, quem me garante que o cargo será entregue a mim caso o Hacker foda com tudo? Esses sócios desgraçados só me pegaram de surpresa uma vez, estou dizendo.

— Ele está vindo. — Kio avisou ao olhar por cima do meu ombro.

Ficamos quietos até que ele parou bem atrás de mim, eu sabia porque senti o calor do seu corpo contra as minhas costas e a sua respiração pesada perto demais da minha orelha. Dei um gole grande em meu champanhe e afastei de mim a memória sexual que eu tinha com aquele homem. Não foi nada demais, ele não era nada demais.

— Estão se divertindo? — perguntou com a voz baixa, como se quisesse que apenas eu respondesse.

— Comida e bebida de graça sempre é divertido. — Kio disse sorridente. — Podíamos tornar esse tipo de confraternização uma tradição, o que me diz? Iríamos adorar.

— Não sei. — Vinnie disse incerto. — Sinto que as pessoas estão mais preocupadas em falar mal do trabalho umas das outras do que beber e encher a barriga.

— Infelizmente isso é normal. — Maddy falou. — Isso também me incomoda, mas não tem muito o que ser feito.

— Eu não estou nem aí desde que eu possa aproveitar os comes e bebes. — Kio riu.

— E você, Wright? — a voz dele chegou ainda mais perto e eu travei momentaneamente, tendo que dar outro gole no champanhe. — Te incomoda ou você não se importa?

Virei-me ficando de frente para ele, confirmando que estava perto demais, me obrigando a erguer o queixo para olhar em seus olhos.

— Estou pouco me fodendo. — fui seca.

— Interessante, já que desde que chegou eles se concentraram em detonar especificamente você.

Soltei uma risada irônica e terminei o restante da bebida, largando na bandeja do primeiro garçom que passou por nós.

— Isso se chama inveja. — falei. — Querem estar no meu lugar e me odeiam por não conseguirem. Vivem tentando pisar uns nos outros para subirem seus próprios números e sentirem o cheiro de terem uma sala particular ao invés de se espremerem naqueles cubículos minúsculos e barulhentos. — olhei em volta fingindo um olhar de pena. — Sou a única entre os três melhores que diz na cara deles que não vão conseguir. Bom, talvez consigam derrubar o Ryan e a Bethany, mas eu? — ri mais uma vez. — Nunca.

— Eles tem razão, você se acha melhor do que realmente é. — provocou com um semblante irritado.

Fechei minhas mãos em punhos ao lado do corpo e respirei fundo para manter a paciência.

— Sou melhor que você. — falei entredentes.

— Soberba pra caralho. — suspirou de maneira tediosa. — Sabe, eu estava com pena de você, achando que era uma loba solitária, mas você gosta disso. Gosta das pessoas te odiando, se roendo de raiva por você estar onde está. Você provoca eles mesmo sem ter essa necessidade, alimenta o clima de competição e é uma das principais responsáveis pelo ambiente de trabalho estar tão hostil.

Call Me When You Want ᵛᶦⁿⁿᶦᵉ ʰᵃᶜᵏᵉʳOnde histórias criam vida. Descubra agora