19 - Não vai acontecer de novo.

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🖇 | ALASKA W.

Assim que Vinnie saiu do meu campo de vista, Kio surgiu sobre a parede que dividia o meu cubículo do dele e me olhou com um sorriso malicioso. Rolei os olhos e balancei a cabeça negativamente porque já estava cansada de ter que explicar que nada aconteceu. Depois do verdade ou desafio, meus amigos ficaram curiosos para saber onde a minha noite com o Hacker tinha chegado.

Não acreditaram quando eu disse que ele só fez café para mim e disseram que com certeza tinha algo a mais que não contei. Bem, nós nos pegamos também e eu não queria dizer. Além disso, houve o sexo duro e forte no almoxarifado, outra coisa que eu iria levar para o túmulo. Não que eu quisesse esconder coisas deles, mas eles gerariam uma emoção para uma coisa que não tinha emoção alguma. Era só sexo eventual e natural que acontecia sem que a gente planejasse. Portanto, nenhum de nós dois sabia como controlar e era melhor não envolver outras pessoas nessa bagunça.

— Você pediu uma coisa e ele disse que ia tentar. — Kio afirmou como se isso validasse sua teoria.

— Não foi nada demais. — comecei a arrumar a minha mesa para ir embora o mais rápido possível. — Todo mundo tem um ex de quem quer fugir sempre que possível, talvez isso tenha gerado empatia nele.

— Quer enganar a quem, Alaska? Desde quando alguém tentaria facilitar as coisas para uma pessoa que odeia? Ele não quer te deixar desconfortável por uma razão.

— A razão de que ele não é um completo escroto. — fiquei de pé e ajeitei a minha bolsa em meu ombro. — Até amanhã, Kio! — acenei para ele.

— Espera! — me seguiu para longe dos cubículos. — Você está desconversando demais hoje. Toda vez que eu tento falar sobre o Vinnie você foge do assunto. — olhou-me desconfiado. — Ainda não engoli a história de que ele foi até a sua casa só para te fazer café.

— Mas foi isso. Quando ele chegou viu que eu estava muito bêbada e resolveu agir como um homem decente.

— É, acho que eu imagino ele sendo um perfeito cavalheiro. — ficou pensativo. — Mas é você. Ele foi atrás de sexo com você.

Coloquei minha mão em seu ombro e o olhei de maneira empática. Podia entender a confusão em sua cabeça, eu também estava confusa. Não podia explicar o que estava acontecendo comigo e com o Vinnie, só sabia que eu não gostava dessa situação, exceto quando estávamos no meio do ato e a cabeça virava um deserto onde só se repetia a frase "Me foda, Vinnie Hacker".

— Não vai acontecer de novo. — falei calmamente, sabendo que aquilo não se tratava apenas de chamá-lo para transar, mas ir até o fim com ele. — Fiz uma brincadeira idiota e ele entendeu. Estamos no mesmo clima tenso de sempre.

— Tensão sexual. É, dá até pra sentir o cheiro.

Ri enquanto negava com a cabeça. Esquivei-me para perto e deixei um beijo em seu rosto.

— Até amanhã. — repeti ao me despedir.

[•••]

Na manhã seguinte, Maddy, Kio e eu fomos até o refeitório beber um pouco de café antes de começar definitivamente o trabalho. Também queríamos aproveitar para fofocar antes que não pudéssemos.

— Você ligou para o Jordan? — Kio perguntou olhando para a Maddy.

— Acham mesmo que eu vou fazer isso? — ela franziu a testa. — Não sou assim.

— Se você quiser, eu ligo e falo de você. — sugeri.

— Não, ele vai achar que eu estou desesperada e eu não estou.

Call Me When You Want ᵛᶦⁿⁿᶦᵉ ʰᵃᶜᵏᵉʳOnde histórias criam vida. Descubra agora