32 - Rainha do drama.

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🖇 | VINNIE H.

Era muito bom ter uma interação normal com a Alaska. Ela parecia outra pessoa, muito mais leve e simpática do que em qualquer outro momento. Isso me fez lembrar da noite em minha casa, quando guardamos as nossas armas e fomos mais abertos um com o outro. A diferença era que no presente havia mais alegria no rosto dela e eu adorei descobrir que ela ficava toda vermelhinha quando estava assim. Ou será que era por estar perto de mim? Poderia eu ter esse efeito nela?

— E foi por isso que eu fiz alguns cursos na área de administração. Sempre pensei em um plano B. — acabou a sua história sobre como pegava muitas disciplinas na faculdade e sempre estava com a grade lotada.

— Você nunca se deu muito tempo para viver? Lembro de terem me falado sobre como você não parava de trabalhar antes de eu assumir o meu cargo. Achei inacreditável quando soube que você desacelerou. Você sempre pareceu acelerada para mim.

— Eu estava exagerando demais antes porque queria ter certeza do meu desempenho para ser uma editora chefe. Quando você chegou eu não tinha mais motivos para me enfiar tanto no trabalho. — deu de ombros.

Pela primeira vez, me senti mal por ter pegado a vaga que ela queria. Alaska me disse várias vezes em nossas discussões que eu não merecia e que não era justo. Pensando bem, eu não trabalhei pesado para conquistar isso, a proposta veio quando eu nem estava pensando nela. Já a Alaska correu atrás, abdicou de todas as suas horas por esse propósito e no entanto não o conseguiu.

— Sinto muito. — falei.

— Pelo que?

— Por você não ter ganhado a vaga. Você merecia bem mais do que eu. — apertei levemente sua mão que segurei o tempo inteiro desde que sentei ao lado dela.

Ela arqueou sutilmente as sobrancelhas e pareceu desconcertada com o que eu disse.

— Não é culpa sua. — falou. — E me desculpe se eu fiz parecer que era.

— Você ainda quer ser editora chefe?

— Bem, sim. — assentiu. — Eu quero sair do lugar, crescer. Pra cima é a única direção aceitável. — deu de ombros. — Mas eu não quero mais derrubar você.

— Você deveria enviar propostas para outras editoras. — sugeri. — Você é conhecida dentro do ramo, eu tenho certeza que não demoraria a aparecer uma oportunidade para chefiar uma equipe.

— Sair da Dreams in Letters? — ficou pensativa. — Nunca trabalhei em outra editora antes.

— Você trata o ambiente da nossa empresa como um ringue. Eu tenho certeza que colegas de trabalho estranhos não serão um problema.

— É. — riu. — Na verdade é uma ideia interessante. Eu vou tentar.

— E que tal você me falar um pouco mais sobre a sua infância?

— O que quer saber?

— Tudo. Eu quero saber tudo sobre você.

Os olhos dela brilharam diante do meu interesse e rapidamente Alaska começou a falar sobre a sua família. Aparentemente ela teve uma boa infância, a família a reconhecia como uma criança gênio e sempre incentivaram os seus estudos. Durante aquele almoço, eu conheci mais da Alaska e senti meu interesse por ela aumentar também.

Depois do almoço, a convidei para um passeio na praia e começamos a andar descalços na areia de mãos dadas enquanto as ondas molhavam os nossos pés. O vento estava fresco, mas o sol não estava quente a ponto de ser desagradável. Era um perfeito início de tarde.

Call Me When You Want ᵛᶦⁿⁿᶦᵉ ʰᵃᶜᵏᵉʳOnde histórias criam vida. Descubra agora