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2017Universidade Yale
Outubro, 25
Terça-feira
15:30
"Tenho uma prova hoje, pensamentos positivos 🙏"
"Sempre torcendo por você, Abelhinha."
"Até por que nunca se sabe quando vou precisar de uma boa advogada"
Sorri para o telefone, mandando um último emoji de dedo do meio pra ele antes de deixar o aparelho de lado pra se concentrar nas anotações.
— Como é possível que você esteja de bom humor enquanto estuda?! — Teddy choraminga se jogando na cadeira ao meu lado na biblioteca.
Dei de ombros, observando enquanto Lisa e Isabel se sentam a nossa frente com mais uma pilha de livros.
— Quando vamos conhecer esse cara? — Lisa questiona sem maldade, separando os cadernos pra abrir espaço.
Gelei por um segundo olhando do celular na mesa até o rosto dos três.
— Que cara?
— Luigi comentou com Ali, que me contou e então contei a Isabel. — Respondeu sem se desconcentrar na organização da mesa.
— EI! Por que ninguém comentou comigo?! — Teddy reclama indignado.
— Eu te mandei no Instagram. — Isabel se defende.
— Parem. — Levantei uma mão chamando a atenção dos três. — Não existe nenhum cara, parem com esse telefone sem fio imediatamente.
—Uh, azedou o caldo.
Depois de uma hora de estudo intenso, pelo menos da minha parte, os três começaram a se dispersar. A prova de constituição é em exatamente quarenta minutos e como o prédio não fica longe da biblioteca eu apenas guardo tudo com calma.
Mesmo com tudo que estudei repassando na mente, meus pensamentos mudavam rapidamente para um problema recente; Bradley.
Bendito seja, ele é engraçado, estudioso, sabe conversar e Deus sabe como eu estou gostando de ouvir seus problemas ou conhecimentos aleatórios. Ele apenas era completamente diferente de qualquer cara que eu tenha conversado.
Mas fazia sentido, certo? Já que somos amigos e não pessoas se conhecendo e dando abertura a um relacionamento.
Distraída, comecei a caçar o fone de ouvido em cima da mesa e na mochila não demorando pra perceber que estava embaixo da mesa meio preso debaixo da cadeira onde Teddy estava.
— Algum problema com os móveis?
Quase bati a cabeça tirando rápido metade do corpo entre os espaços das cadeiras.
O mesmo cara que me derrubou, e que também estava na fraternidade. Dessa vez com uma regata verde escura e um calção preto meio solto, totalmente de alguém que acabou de sair de um treino.
— Sim, gracinha, são antiquados e não combinam com o meu look. — Respondi tentando sair sem bater em nada e novamente sua mão foi esticada pra mim.
— Tenho certeza de que deveriam trocar tudo pra harmonizar com sua..camiseta do homem de ferro? — Ele sorriu arqueando uma das sobrancelhas.
Cruzei os braços ridiculamente tentando esconder uma das minhas camisetas favoritas.
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Quem é você?
RomanceUma mensagem de um número desconhecido tirou Dominique Vergari de sua zona de conforto pela primeira vez em 21 anos.