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2017

Dezembro, 26

Mansão Buffet — Stanford

12:34

Minha mãe está apaixonada por você.

Bradley não parava de sorrir me arrastando pela mão escada acima, olhando pra trás o tempo todo pra ver se estou seguindo seu ritmo.

Não o perdi de vista um segundo, a seminudez não me deixava piscar.. Todo essa forma de armário gigante

— E é recíproco, ela é incrível e eu adorei as histórias sobre sua infância.. Garotinho mijão.

— Ei! Vamos lembrar aqui que eu era uma criança! — Parou frente ao seu quarto se virando pra ver seu bico de menino chorão.

— Sabia que aos doze já é considerado pré-adolescência? — Provoquei soltando sua mão pra tirar um fio de cabelo do meu rosto.

— Tudo bem, quer jogar sujo não é? Vamos relembrar alguém com DEZESSEIS que não aguentou segurar a bexiga em um baile de primavera. — Sorriu de forma venenosa apontando pra que eu entrasse de uma vez. Caminhei pra dentro com uma careta por sua fala, sentei na cama enorme enquanto ele encostava a porta, depois foi até a escrivaninha e finalmente colocou uma camisa preta. — Passamos muito tempo conversando lá fora e já está perto do almoço, então vamos ficar aqui e depois de comer vou te mostrar o melhor lugar da casa.

— Uh, já estamos nele. — Brinco me jogando pra trás na cama e ele ri.

— A sala de cinema. Meu quarto é o seu lugar favorito da casa até agora? — Se jogou ao meu lado se esticando pra alcançar um travesseiro pra nós dois apoiarmos a cabeça.

— Claro que não, nada compete com o jardim e a área da piscina.

Ficamos em silêncio olhando para o teto do seu quarto lado a lado, quase fechei os olhos sentindo conforto com a combinação de presença, cheiro e cama boa.

— Conversamos sobre muitas coisas aleatórias ontem a noite.. Mas você não me contou tudo. — Não era uma pergunta, era uma constatação, o que me fez perceber que mesmo que não parecesse ele me conhecia bem o suficiente.

— Eu não sabia sobre nada, dois dias depois da sua primeira ligação estive sentada com meus amigos e Isabel falava sobre um cara bonito que ficava aparecendo frente ao dormitório atrás da sua colega de quarto..— Fiz uma pausa, ainda encarando teto e seus dedos tocaram os meus timidamente. — Riley. Foi muito rápido, Isabel não sabia qual era seu nome e eu não contei o que tinha acontecido mas mesmo assim fiquei com uma pulga atrás da orelha. E depois você me mandou aquilo sobre o término, já estava no carro e eu queria checar, fui até lá e aquela megera atendeu uma ligação falando sobre você, tive dúvida pela maneira que ela dizia "idiota de merda". Mas então quando você ligou novamente e se apresentou como Bradley, me lembrei da amiga dela dizendo o seu nome e tive certeza.

— Por que não me contou?

Olhei para o lado mas Bradley ainda encarava o teto.

— Você teria acreditado em mim?—Nenhum de nós respondeu um ao outro por um tempo, meu pensamento inicial foi de que ele iria surtar assim que abri a boca. — A única pessoa que conversei sobre isso foi meu pai, pois estava indecisa se fiz certo no momento em que mandei a mensagem e não houve retorno, ele disse que eu estava certa e você merecia mais. Eu só..Eu só tomei como missão não deixar que você voltasse pra ela nunca mais.

— Por isso continuou me aconselhando a melhorar por mim, certo? Eu ouvi você, se tornou alguém que eu podia confiar mesmo sem conhecer. — Sua voz se tornou mais baixa, provavelmente era o sentimento de se estar nu com a transparência da conversa, e eu o entendia pois estava sentindo o mesmo. — Por algum motivo quis contar mais coisas, queria incluir você em momentos da minha vida, então continuei mandando mensagens e ligando.

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