**
2018
Residencial Slimani — Yale
00:14
E então eu o beijei
O misto de sensações que me fez arrepiar dos pés a cabeça e me afastar tão rápido quanto me juntei, fiquei em pé de olhos arregalados para o seu rosto congelado de surpresa. — Descul-
Bradley agilmente se levantou, seus braços me puxaram mais perto do seu corpo em um baque surdo. — Estive esperando por esse momento tem um tempo, não peça desculpas. — Sua voz baixa parecia reverberar pelo cômodo, ele se inclinou o suficiente pra deixar seu rosto colado ao meu, deixando um beijo casto na minha bochecha. — Esperava que eu tivesse mais coragem de me declarar, em um lugar bonito..— Ele beijou novamente, um pouco mais perto da boca. — Mas você sempre tem uma forma de me surpreender com sua personalidade, mostrando que não importa de nada o lugar tampouco as palavras.— Meus olhos não saíram dos dele quando ele parou, uma de suas mãos saiu da minha cintura, seus dedos gelados começaram uma carícia já não desconhecida por mim. — Você teve razão.
— Sobre o que exatamente? Tenho razão em quase 99% das vezes. — Sorrimos um para o outro, sua respiração tão perto e o clima mais leve possível.
— "Um nome é só um nome". — Repetiu o que eu disse em uma de nossas primeiras ligações. — Demorei pouco tempo pra perceber, mesmo por trás de um telefone, eu havia me apaixonado.. Um nome não era mais importante, um nome era só um nome, isso não impediu que conhecesse seus gostos ou que tivéssemos um laço tão forte que cinco dias sem uma ligação e eu quase não dormia. — Ele puxou fôlego, como se o doesse só de lembrar, o que me fez agarrar sua cintura como se meu toque fosse ajudar em algo.
— Sinto muito por não ter dito nada antes, talvez teria sido um caminho mais prático pra esse momento. — Mexi a cabeça levemente, inclinando contra sua mão como de costume. — Mas eu nunca tinha sentido nada dessa maneira, nunca tinha olhado pra alguém com tanta admiração, nunca tinha sentido o calor no peito apenas de ouvir a voz, sorrir por outra pessoa estar sorrindo e jamais em vinte e dois anos estive tão perto de explodir com esse turbilhão de sentimentos. Bradley Buffet, uma ligação errada e você se tornou tão essencial..Como se finalmente algo estivesse tão certo na minha vida. Não sei mais quanto tempo conseguiria aguentar apenas dentro da minha mente que estou perdidamente apaixonada, falar isso em voz alta me dá até um alívio.
Ele riu, parecendo não se segurar enquanto inclinava a cabeça pra trás numa alegria desvairada, que eu já havia visto algumas vezes quando se empolgava com algo. Passei uma das mãos no fim das suas costas num carinho tranquilo, aproveitando sua pequena distração. — Estou tão feliz que você sinta algo por mim que estou perto de uma combustão. — Declarou voltando a posição com um sorriso largo.
Sua frase me remeteu exatamente ao dia do ano novo, quando confessei a papai na cama de hotel usando a mesma analogia e ele me contou a história da combustão dele; Loretta Esther.
— Acho que não vamos ficar preocupados com outras pessoas no caminho a partir de agora. — Afirmei subindo a mão pelo peitoral, a camisa preta não era grossa o suficiente pra que eu não pudesse sentir novamente o calor, e quando meus dedos encostaram no seu pescoço e seus olhos se fecharam encostei nossas bocas novamente, com mais segurança dessa vez.
A língua deslizando sob a minha foi inebriante pra mim, tanto quanto pra ele que embrenhou uma das mãos no meu cabelo dando um puxão forte que me tirou o ar. Minhas unhas rasparam sua nuca um pouco mais do que deveriam e ele arfou.
Não esperei uma reação como aquela, pois no segundo seguinte ele se afastou e os olhos cheios de luxúria me encararam antes de tirar a camisa. Arregalei os olhos descrente da situação e apenas seguindo o ritmo eu fiz a coisa mais vergonhosa pra mim mesma..
Ninguém me vê sem roupa há anos
Um pouco trêmula e indecisa, deslizei as mãos até as fendas do vestido tentando frear os pensamentos ofensivos sobre meu próprio corpo, joguei o tecido para o lado no chão.
Ele não vai me querer depois disso
Dei um passo a frente, ainda firme mas assim que ele esticou a mão pra me tocar eu o parei, talvez fosse minha expressão aflita ou a forma que eu segurei seu pulso poucos centímetros da minha barriga mas ele piscou algumas vezes como se não tivesse tão consciente antes.
— Abelinha, só tirei pra ficar mais a vontadem..se você não estiver preparada está tudo bem, está se sentindo desconfortável? — Ele não tentou recolher a mão, apenas tranquilamente estático. — Não vamos fazer nada essa noite de qualquer forma.
— Desculpe..Talvez eu não seja do jeito que voc-
— Dominique..— Senti o peso do meu próprio nome. — Você não é do jeito que imaginei. — Respirei fundo retraindo e barriga quando sua mão livre pegou firme e quente em meu lado esquerdo. —Você é muito melhor, não quero te fazer sentir menos do que isso.
— Você é perfeito, mio ragazzone. — Sorri, me acalmando um pouco e aqueles olhos seguiram a minha boca como um alvo.
— Sou perfeito pra você, assim como você é pra mim. — Suas palavras sempre são sinceras, mas a forma real de que aquilo soou como uma verdade absoluta me fizeram relaxar completamente.
— Podemos não fazer nada essa noite, mas vamos trabalhar no tato até você se acostumar com meus pneus. — Quebrei um pouco o clima, mas ele apenas riu não se deixando abalar quando segurei em sua mão arrastando pela minha barriga.
— Devo manter os olhos fechados e te ler como um braile sexy? — Levantou uma das sobrancelhas e eu neguei usando as duas mãos quando ele subiu devagar apertei com força por cima do sutiã o deixando por si pra começar meu próprio deleite: por que ele tem que ser tão malditamente gostoso?
Enquanto eu me distraia com os toques, não percebi para o que ele se preparou apenas arfei quando não senti mais os pés no chão.
Bradley me pegou no colo. Ele. Me. Levantou.
Agarrei sua cintura com as pernas com os olhos estatelados de surpresa e indignação, ele nos girou e me deitou na cama
VOCÊ ESTÁ LENDO
Quem é você?
RomansaUma mensagem de um número desconhecido tirou Dominique Vergari de sua zona de conforto pela primeira vez em 21 anos.