Visitas.

9 2 10
                                    

CLAIRE DIAZ NARRANDO

Tive pesadelos com ele novamente. Dessa vez, acordei de madrugada chorando. Não consigo mais dormir.

Preciso respirar um ar novo, mas tenho medo de sair do quarto.

Encaro as tulipas que Linkon me deu. É a única coisa que dá vida para esse lugar. Solto um sorriso genuíno assim que lembro dele.

Tiro as tulipas do vaso e coloco sobre a cadeira. Vou até o banheiro e derramo toda a água que havia dentro do vaso para poder trocar.

Escuto um barulho alto vindo de lá de fora.

Derrubo o vaso de água que já estava com as flores dentro. O vidro, a água e as tulipas caem todos no meu pé. Sinto que os cacos de vidro me cortarem, mas não dou a mínima.

Vou para o canto do quarto e me agaixo. Tapo o ouvidos e coloco a cabeça entre os joelhos. Estou assustada. E se for ele? E se ele vier me matar?

Tento não chorar, mas parece impossível.

Eu não aguento mais.

Começo a rezar baixinho. Nunca fiz isso.

Por favor, Deus, se você existe, me ajude.

Dou um soluço alto sem querer, estou desesperada. Escuto passos vindo do lado de fora.

Eu vou morrer.

O barulho da porta se abrindo invade meus pensamentos. De repente, Linkon entra no quarto rapidamente, está assustado, assim como eu. Os passos que vinham lá de fora, eu não ouço mais.

- Claire? O que aconteceu? Meu Deus, seus pés! - Ele se abaixa para ficar da minha altura.

Pulo em seus braços e começo a chorar desesperadamente. Estou tremendo.

- Você está gelada.

- Eu ouvi passos. - Falo, entre soluços e com a voz chorosa. - Lá fora. - Acrescento.

- Está tudo bem, vou ficar aqui com você.

Ele me ajuda a levantar, e quando olho para a enorme janela, um vulto vermelho passa rapidamente.

Seus cabelos vermelhos eu reconheceria em qualquer lugar.

Arregalo os olhos. Estou paralisada. Não posso contar para ninguém. Ninguém pode saber.

Não quero que fiquem mais preocupadas comigo. Não quero dar mais trabalho.

- Vem, C. Eu vou limpar isso tudo.

- M-me desculpa. Eu não queria fazer isso com as flores, eu gostei muito delas, foi sem querer, foi impulso. - Explico, um pouco nervosa.

- Está tudo bem, eu sei que não foi por querer. Ainda dá para salvar algumas, olha. - Ele pega uma tulipa do chão e entrega na minha mão.

Dou um sorriso genuíno novamente.

- Por que você está aqui a essas horas? - Pergunto, me dando conta do horário.

𝐊𝐀𝐑𝐀𝐓𝐄 𝐂𝐎𝐁𝐑𝐀'Onde histórias criam vida. Descubra agora