Discussão entre as irmãzinhas.

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Claire estava feliz. Lutou contra cinco pessoas no caratê neste dia, e ganhou todas. Apesar de tanto tempo sem treinar, ela não perdeu o foco.

- Você foi ótima, Diaz. - Lawrence estica a mão, em sinal para que fizessem um "toca aqui".

- Eu sou ótima, Lawrence. Sempre fui sua melhor aluna. - Sorri, estalando as mãos.

Sempre modesta.

- Você tem razão. - Brinca. - Vai pro carro, já tô indo. - Avisa.

- Ok.

Quando Claire sai na porta do dojô, dá de cara com Falcão, que também já estava indo embora.

- E aí! - Cumprimenta o garoto de cabelos vermelhos.

- E aí. - Sorri.

- Você foi ótima. - Elogia, ajeitando a mochila em suas costas.

- Eu sei. - Brinca. Falcão arqueia as sobrancelhas. - Tô brincando! Obrigada, você também foi.

- Eu sei. - Retruca, alargando o sorriso.

- Haha, essa fala é minha! - Cruza os braços.

- E eu ligo?

Claire revira os olhos, deixando Falcão para trás e indo até o carro de Lawrence.

- Ei, calma aí! - O garoto puxa seu braço, fazendo ela voltar para ele.

- Que foi? - Pergunta, confusa. Mas sem dar a mínima.

- Tem festa na casa do Linkon hoje. Você vai, né? - Pergunta, se apoiando na estrutura ao seu lado.

- Nah, eu não suporto ele. - Responde, fazendo um estalo com a língua.

- Claro que vai. Você vai comigo. - Insiste.

- Eu não sei se o Jack vai deixar, e... - Ela ia terminar de falar, mas Lawrence apareceu e a cortou.

- Eu deixo, Diaz. Você sabe. - Gargalha.

Claire revira os olhos. Era sua única desculpa boa.

- Tá, tá. Eu vou. Mas eu vou voltar cedo, quer você queira, quer não. - Responde.

- Eu te trago, gata. - Abraça seus ombros.

Claire assente, nada contente.

- Eu já vou. - Avisa, indo até Lawrence.

- 'Belê, te pego as dez! - Acena.

- As dez, Moskowitz? Que tipo de festa começa as dez? - Pergunta, indignada. Ela coloca a mão na cintura, tentando saber se era brincadeira do amigo.

- As do Linkon. Você vai, nós dois sabemos que você nem dorme. - Brinca.

Ele tinha razão. Claire tinha pavor de ter pesadelos, por isso não dormia. Já aconteceu umas vezes. Depois disso, passou mais de um mês sem dormir. O reformatório também ajudou, ela tinha medo de pegar no sono e ser maltratada.

Foi apenas uma brincadeira de Falcão, mas ela se sentiu incomodada. Não era um assunto fácil. Não para ela.

O olhar morto é apenas a prova de tudo isso.

- Tá, tá. - Segue, sem se despedir.

Ela abre a porta do carro do pai, logo entrando, com tamanha brutalidade.

- Quebra! Seu pai faz porta, né. - Reclama, ligando o carro.

- Você é meu pai. - Responde.

- E eu faço porta, por acaso? - Retruca.

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