The End.

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CLAIRE DIAZ NARRANDO

Meu pai e Miguel não queriam que eu voltasse para o colégio tão rápido, mas eu sou teimosa, e aqui estou eu: sentada no refeitório com Bella, enquanto falamos com Laura por facetime. No ano que vem, ela disse que largaria o colégio de elite para estudar aqui. Eu e Bella duvidamos muito, mas Laura jurou que viria para ficar mais perto de nós duas. Não sei como, mas nós somos grandes amigas agora, por incrível que pareça.
Eu estou gostando muito disso, porque, afinal, ter uma amizade feminina com quem você pode contar, é a melhor coisa do mundo, principalmente para mim, que vivo rodeada de homens.

Hoje, também, volto para minhas aulas no caratê, e estou tão feliz, que Bella disse que eu estava saltitando no corredor, eu nunca ri tanto. Além do mais, a diretora e alguns professores nos elogiaram, falaram que tínhamos que ser amigas e sem brigar. Por mais que seja engraçado, é a mais pura verdade.

— Ah, mas conta, como você e o Miguel estão? — Bella insiste na pergunta para Laura, e ela finge que não escutou, enquanto dá risadas. Eles dois se beijaram algumas noites atrás, na minha casa. Eu e Bella fizemos isso acontecer, porque, sem dúvidas, eles combinam muito! — Laura, não finja que sua internet caiu novamente! —  A garota de cabelos curtos brinca, enquanto aponta o dedo indicador para a tela do notebook.

— Tudo bem, Keene, eu conto quando nos vermos hoje à noite! — Cedeu, enquanto eu ria da situação.

— Óbvio que não, você endoidou? Miguel sempre sai com a gente, bocó! — Falei com dificuldade. Estava me faltando ar e eu fiquei vermelha de tanto rir.

O sinal toca rapidamente, me deixando surda. Isso foi uma das coisas que eu não senti falta da escola. Odeio barulho muito alto. Eu e Bella nos despedimos de Laura, e depois, fomos em direções opostas para nossas aulas.

Pela primeira vez, eu senti felicidade em passar tanto tempo no colégio.

•••

Estou na frente do meu espelho, e pela primeira vez, consigo me achar bonita. Laura me maquiou e me emprestou uma roupa. Me sinto muito diferente e fora da minha zona de conforto, mas ainda sim, muito bonita.

Eu nunca, na minha vida, saí à noite com amigas, porque, no entanto, eu não tinha amigas. Essa será a primeira vez, e eu estou rezando para que dê tudo certo. São 19:46 e faz 30 minutos que eu saí do caratê. Meu sangue ainda está fervendo, apesar de eu ter tomado um banho longo quando cheguei.

Jack está feliz demais por me ver assim, e é nesses momentos que eu percebo que ele me ama também, assim como eu o amo. Sua relação com Bella anda melhor nos últimos dias, e ela anda dormindo muito aqui em casa, em um colchão no meu quarto. Nós conversamos mais do que dormimos, e eu me sinto segura por tê-la por perto.

Eu nunca achei que fosse acontecer isso, mas em duas semanas, eu não tive nenhuma crise, muito menos visões indesejadas. Manerei nos remédios, graças a Miguel e Jack, que são como psicólogos para mim. Estou muito bem, consigo dormir a noite inteira agora, e isso é como ganhar o prêmio de primeiro lugar no torneio de caratê.

Enquanto estou perdida nos meus pensamentos, Laura fala sem parar, mas eu não consigo acompanhar.

— Você não acha, Clá? — Ela pergunta, e eu quase me desespero, porque não sei do estamos falando agora. Ultimamente, Laura só me chama de Clá ou Clara de ovo, eu finjo ficar irritada com o segundo apelido, mas na verdade, eu gosto muito disso vindo dela. Faz-me lembrar de como ele me chamava. — Clá? — Laura chama minha atenção novamente.

𝐊𝐀𝐑𝐀𝐓𝐄 𝐂𝐎𝐁𝐑𝐀'Onde histórias criam vida. Descubra agora