Quando eu era seu Linkon.

10 2 15
                                    

CLAIRE DIAZ NARRANDO

Meu pai e Miguel foram embora faz algumas horas. Conversamos muito.

Não sei onde Linkon está, acho que foi embora.

Começo a me sentir um pouco mal. Se ninguém estiver aqui comigo, o que vai acontecer? Ai-meu-Deus.

Quando entro no meu quarto, está tudo escuro. Ligo a luz. Linkon limpou os cacos de vidro do chão, assim como Jack ordenou.

Preciso agradecê-lo, mas não posso sair sozinha do quarto novamente.

Decido tomar banho, apesar de não gostar da ideia de ficar nua em um lugar totalmente sem proteção. E se eu precisasse correr?

Apesar de tudo, é o que eu mais preciso.

Demoro cerca de cinco minutos para relaxar. Visto minha roupa e penteio o cabelo molhado.

Novamente, olho para minha imagem no enorme espelho à minha frente. Não estou tão mal.

Consigo enxergar a antiga Claire nos meus olhos. Estou melhorando, e isso me alegra. Não vejo a hora de voltar para casa. Sinto muita falta de lá.

Destranco a porta com cuidado, porque ainda sou muito paranóica.

Quase caio para trás.

Eli Moskowitz

Está

Sentado

Na

Minha

Cadeira.

Ele me observa sereno.

Estou tonta. Estou nervosa. Comecei a tremer.

Vou chorar.

Estou desesperada.

Por favor, alguém me ajude.

- Será que podemos conversar? - Pergunta, sério.

- Por favor, não me machuque. - Falo com a voz baixa.

Estou arrepiada. Paralisada. Desesperada.

Se eu estava bem segundos atrás, não estou mais.

- Eu não vou te machucar, Diaz. - Avisa, se levantando.

Dou alguns passos para trás com o susto e me escorrego no chão molhado do banheiro. Bato a cabeça na pia ao cair.

Estou mais tonta do que antes.

Eli estende a mão para me ajudar. Não consigo aceitar. Tenho medo dele.

Estou apavorada.

Tapo meus ouvidos e coloco a cabeça entre os joelhos. Estou me controlando para não chorar desesperadamente.

Por favor, alguém me ajude.

- Eu não vou te machucar. - Ele repete, mais alto do que da primeira vez, o que resulta em me assustar ainda mais.

- Como você entrou? O que está fazendo aqui? Por que está me perseguindo? - Pergunto.

Eu gostaria de lhe perguntar tantas coisas.

- Levante-se. - Moskowitz praticamente ordena. - Vamos conversar nas cadeiras.

Seguro sua mão.

Estou tentando me manter o mais longe possível dele.

- Me responda.

- Entrei pela janela. - Fala, sem olhar para mim. - Vim conversar com você. - Ele dá uma pausa. - E não, eu não estou te perseguindo. Mas como você queria que eu me resolvesse com você, se eu sou o motivo de você ter ficado louca? - Ele cospe as palavras.

𝐊𝐀𝐑𝐀𝐓𝐄 𝐂𝐎𝐁𝐑𝐀'Onde histórias criam vida. Descubra agora