Trastevere - Damiano David

Cinque.

Lola Valentini
Roma, Itália.

— Ó, ela é tão linda — Dona diz observando Líris — É o clone de Damiano.

— Pois é, parece que estou olhando uma miniatura dele — Rosa diz acariciando a bochecha da neta no colo da tia — Desculpe não termos vindo antes mas precisávamos estar lá pra apoiar ele.

— Tudo bem — sorri — E como foi?

— Eles ganharam! — Rosa diz um enorme sorriso em seu rosto — Você tinha que ver como eles brilharam naquele palco, Lola.

Bom...parece que a vida do Damiano mudou para sempre duas vezes no dia 07 de Março. Måneskin é o novo campeão do Eurovision.

— Eu assistirei depois, tenho certeza que eles foram incríveis — sorri — Você acha que devo mandar uma mensagem pra ele? — pergunto a Donna.

— Claro, tenho certeza que ele está esperando por isso.

— Eu estou faminta então irei buscar algo para comer pois não pretendo sair do lado dessa bonequinha tão cedo. Você vem Dona?

— Ah não, mas me traz algo...

— Pode pegar meu celular pra mim? — pergunto a Dona.

— Claro.

Minha amiga me entrega meu telefone e eu envio uma mensagem ao pai da minha filha pela primeira vez depois de meses.

Lorella Valentini
Hey, soube que vocês ganharam!!
Parabéns Dami, o mundo é seu agora.
Te amo!

Não demora e ele responde.

Damiano David
Posso te ligar mais tarde?

— Ele quer me ligar — Digo a Dona.

— Deixa, Lolla — minha amiga responde — Acho que vocês dois precisam ouvir as vozes um do outro agora.

(...)

Eu estava sentada na cama do hospital, observando minha filha adormecida no berço ao lado. A luz suave do fim de tarde entrava pela janela, iluminando seu rostinho sereno. Enquanto admirava cada traço delicado dela, uma mistura de alegria e medo se agitava dentro de mim. A chegada dela havia mudado tudo, e eu sabia que o futuro seria desafiador.

O toque do telefone interrompeu meus pensamentos. Olhei para a tela e vi o nome de Damiano. Meu coração acelerou.

— Damiano?

— Lolla! Eu... eu ganhei o Eurovision! — A voz dele estava cheia de uma alegria contagiante, mas havia uma nota de vulnerabilidade que me era tão familiar.

— Parabéns, Damiano! Eu sabia que você conseguiria, — respondi, tentando manter minha voz firme apesar do turbilhão de emoções dentro de mim.

— Você fez falta lá. Queria ter te abraçado na hora da vitória.

— Bom, pelo menos você abraçou a Victoria — brinquei.

— Obrigado! Mas, Lola, eu precisava falar com você. Estou tão feliz, mas ao mesmo tempo, tão assustado. As coisas estão mudando tão rápido. Tem tanta pressão, tantos olhares em cima de mim... Eu só... eu só queria que você estivesse aqui.

Senti uma pontada no peito. Entendia perfeitamente como ele se sentia.

— Eu entendo, Damiano. Mudanças podem ser assustadoras. Mas você é forte, sempre foi...se lembra como você me segurava no banheiro dos seus pais?