Venticinque- La cura (Che fa male).

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Damiano David

Cinco dias depois, finalmente recebi alta. A espera pelos resultados para ver se a medula pegaria ainda seria longa e cheia de incertezas, mas pelo menos agora eu poderia esperar em casa. Saí do quarto do hospital sentindo uma mistura de alívio e apreensão. Cada passo que dava parecia um lembrete de quão frágil minha situação ainda era.

Na entrada do hospital, vi Lola segurando Líris pela mão. A pequena estava radiante, pulando de excitação ao me ver. Meu coração se apertou com o amor que sentia por minha filha.

— Papai! — Líris gritou, soltando a mão de Lola e correndo em minha direção.

Me ajoelhei o melhor que pude, meus braços abertos para recebê-la. Ela se jogou contra mim com tanta força que quase me derrubou, mas consegui me equilibrar, abraçando-a com todo o meu ser.

— Oi, minha princesinha, — disse, a voz embargada pela emoção. — Senti tanto a sua falta.

Ela segurou meu rosto com suas pequenas mãos, me olhando com aqueles olhos grandes e curiosos. — Você está melhor, papai?

Assenti, beijando sua testa. — Estou, meu amor. E agora que estou em casa com você, vou ficar ainda melhor.

Lola se aproximou, um sorriso suave nos lábios. Eu não via ela desde o dia em que nos beijamos após a cirurgia. Martina foi quem ficou comigo. os últimos dias e retornou ontem a Los Angeles.

— Bem-vindo de volta, Damiano.

Me levantei com Líris ainda nos braços e olhei para Lola, sentindo uma onda de gratidão e algo mais profundo que não conseguia nomear.

— Obrigado por tudo, Lola.

Ela apenas assentiu, seu olhar dizendo mais do que palavras poderiam expressar. Nós três caminhamos até o carro, e durante o trajeto de volta para casa, não consegui deixar de pensar no quanto minha vida havia mudado. Estar com Lola e Líris me dava uma nova perspectiva, um novo motivo para lutar.

Quando chegamos em casa, nossos amigos estavam esperando na entrada com sorrisos calorosos e abraços de boas-vindas. A casa estava cheia de vida e amor, e senti uma onda de esperança me inundar.

Enquanto todos se acomodavam, decidi me afastar um pouco do grupo e levei Líris para seu quarto. Sentei-me na cama ao lado dela, observando-a brincar com seus brinquedos.

— Você sabe que o papai te ama muito, não sabe? — perguntei, meu coração se enchendo de ternura.

Ela parou de brincar e me olhou com seriedade, assentindo. — Eu sei, papai. Eu também te amo muito.

Abracei-a novamente, desejando que aquele momento pudesse durar para sempre. Saímos do quarto e voltamos para a sala, onde todos estavam reunidos, conversando animadamente.

O jantar foi simples, mas cheio de risos e histórias. Donatella e Justin compartilhavam anedotas de seu casamento, e por um momento, tudo parecia perfeito. Mas a sombra da minha doença ainda pairava sobre nós, uma lembrança constante de que a batalha estava longe de terminar.

Depois do jantar, enquanto todos se dispersavam, me aproximei de Lola.

— Posso falar com você um minuto?

Ela assentiu, e fomos para o jardim, onde a noite estava tranquila e estrelada.

— Eu queria te agradecer, — comecei, tentando encontrar as palavras certas. — Por tudo. Por estar lá para mim, por cuidar da nossa filha, por ser... você.

Ela sorriu, aquele sorriso que sempre aquecia meu coração.

— Você não precisa me agradecer, Damiano. Eu faço isso porque te amo e porque somos uma família. E família cuida um do outro.

Trastevere - Damiano David Onde histórias criam vida. Descubra agora