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Tóquio — Setembro de 2022

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Tóquio — Setembro de 2022

O verão parecia ansioso para se findar, pois o clima outonal se fez presente antes da troca de estação.

As ruas da cidade estavam constantemente molhadas pela chuva que caía pela madrugada ou logo pela manhã, pouco antes do nascer do sol, e as folhas se desprendiam das árvores, ansiosas para definhar, morrer e seguir em seu ciclo na natureza.

Naquela manhã, os residentes do pequeno bairro afastado e menos privilegiado foram acordados pelo cheiro de queimado que se tornou comum. A fumaça densa no céu ainda não havia se dissipado completamente, e qualquer curioso que ousasse colocar o nariz para o lado de fora da porta daria de cara com algum membro da Canis Major todo vestido de preto e usando uma balaclava, carregando malas, coisas ou corpos.

— Cacete, não sobrou ninguém — Raijin comentou, abanando a frente do rosto com a mão após abrir as portas do que restou do bar que fora queimado até as cinzas.

Evie caminhava na frente, igualmente de preto, empurrando com o bico da bota o que deveria ter sido a cabeça de alguém e alcançou o balcão. Depois de revirar algumas coisas, encontrou uma pequena estatueta de prata.

— Uma hidra — Kenichi viu o objeto nas mãos dela. — A Sirius estava certa. Esse bar realmente estava associado com a Hidra.

— Queimaram aqui. Que queimem no inferno agora — Evie caminhou na direção da saída, deixando para trás o trio sangrento, pois eles estavam responsáveis por limpar toda a bagunça.

Ela subiu na moto e colocou o capacete.

Toda vez que pilotava pelas ruas de Tóquio, Evie não podia deixar de notar como tudo estava diferente.

Desde o momento em que Hanna assumiu o trono, o índice de violência aumentou drasticamente. É claro que tudo virou notícia nos jornais nacionais e internacionais, notificando como as gangues japonesas estavam absurdamente mais violentas. Foi um mal necessário, visto que a Hidra começou a se manifestar como ratos saindo às pressas de um bueiro.

Nas regiões mais perigosas, Evie notava como o público caminhava mais cauteloso, e sempre prestavam atenção quando ela passava de moto, receosos em saber quem era a pessoa por baixo do capacete.

Depois de pilotar pelas ruas, chegou até a nova casa que Hanna chamou de Céu.

As antigas sedes da Canis Major e da Orion já não eram mais seguras, então Hanna fez questão de abandoná-las, mas fundou uma nova sede num edifício comprado à vista e por baixo dos panos. Ficava numa região nobre da cidade, mas tranquila o suficiente para que pudessem entrar e sair sem serem importunados, além das inúmeras rotas diferentes para acesso ao prédio. 

Evie chegou ao Céu e apertou o botão do último andar. Ainda no elevador, esperou pacientemente de braços cruzados até que as portas se abriram e ela deu de cara com o saguão principal.

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