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Agosto de 2008

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Agosto de 2008

Tóquio

Evie

Maldita.

Maldita. Maldita.

Maldita. Maldita. Maldita.

Meu corpo tremia tanto que eu podia jurar sentir minha carne se desprendendo dos meus ossos enquanto pilotava. Meus dedos doloridos de tanto segurar o guidão da moto e meu estômago frio, gelado, congelado.

Uma buzinada alta. Um pedestre desavisado. Inúmeros xingamentos. Eu não conseguia focar nos sinais de trânsito, então pilotava como uma completa maluca. O vento castigando minha pele seca do rosto e meu cabelo que ricocheteia nas minhas costas.

Entrar na Phantom foi um acaso que juntou minha vontade de ganhar dinheiro com a minha falta de vontade de fazer isso honestamente. E ainda tinha o bônus de sentir a adrenalina que tanto me mantinha viva. Nunca foi pela honra, pela glória ou pelo desejo de fazer parte da Phantom. Foi pelo dinheiro fácil e pela adrenalina.

Ninguém dominava os asfaltos de Las Vegas como eu. Era o terror daquelas ruas, o Diabo Escarlate que os fazia suspirar sempre que me viam chegar.

Não foi pelo poder e nem pela glória, mas depois que provei o sabor de ambos, eu fiquei viciada. Quanto mais eu corria, mais eu queria vencer. Nunca era suficiente. Sempre tinha espaço para mais adrenalina, para mais uma corrida, para mais uma vitória.

Entretanto, os adversários aos poucos foram se acuando. Ninguém mais queria correr contra mim. Sabiam que era dinheiro perdido, então eu fui ficando isolada no topo das corridas ilegais dos Estados Unidos. Mas eu já não queria mais largar, estava viciada, completamente viciada.

Não aceitei não ter mais adversários, ser tão boa que ninguém queria correr contra mim. Minha sede pela adrenalina me fez mergulhar de cabeça na loucura e procurar por alguém que quisesse se tornar meu adversário.

Foi quando conheci a Lynx.

Sakura Hirata apareceu em Las Vegas de surpresa e me desafiou para uma corrida. Sinceramente? Eu estava muito animada por saber que alguém tinha atravessado o mundo para me desafiar.

Dois milhões. O que acha?

Aquelas palavras ainda moravam na minha mente. A garota me desafiava para uma corrida de dois milhões de dólares. Uma aposta altíssima.

Não foi pelo dinheiro, foi pela adrenalina. Foi por saber que alguém estava disposto a arriscar tanto só para poder competir comigo.

Mas Abigail só viu a quantidade de zeros à direita.

Você vai correr e você vai ganhar. Se você não vencer essa corrida, eu te enforco com o seu próprio cabelo! — Ela me ameaçou com uma ponta de faca pressionando meu esterno.

Bordeaux - Sablier RougeOnde histórias criam vida. Descubra agora