v i n g t - s e p t

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Sora não voltou

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Sora não voltou.

Depois de saber que Ada estava ali, que ele poderia simplesmente vê-la e falar com ela depois de todos aqueles anos, o rapaz se acovardou. Ele tentou se aproximar, mas não conseguiu entrar. No máximo observou de longe os momentos em que Ada e Harold treinavam luta no estacionamento do prédio abandonado, mas a completa coragem foi embora do coração dele.

Uma semana inteira se passou desde a chegada dela, mas a coragem não floresceu nem por um único segundo. Sora se sentia completamente incapaz de olhar para ela novamente. Talvez por vergonha, talvez por medo. Só sabia que não conseguia.

Agora, estava sentado na sala de reuniões do Céu, apenas esperando Hanna chegar. O clima não era nada bom.

Toda a Canis Major e a Orion (ou o que sobrou delas) estava reunida na sala, todos num silêncio mortal e sufocante, apenas observando a madeira da mesa. Sora levou os olhos até a janela e observou a neve se acumulando no beiral da janela. Estava nevando novamente, mas agora muito mais forte do que antes.

Ele estava na ponta da mesa, vestido com seus jeans surrados e um moletom preto, completamente informal. Jez estava de um lado, sempre elegante e bem vestida. Toshio estava do outro lado dele, apoiando seu gato em cima da mesa enquanto acariciava a pele do animal.

— Cadê a Hanna? — Armani resmungou e foi até a porta, mas não tinha ninguém vindo.

— Senta aí, daqui a pouco ela aparece. — Kuro falou, a tranquilidade na voz de quem fumava mais um de seus amados cohiba.

Quem o acompanhava no fumo era Argus Yamazaki, mas não disse nem uma única palavra. Yano tinha acabado de chegar da Europa após os atentados em Veneza. Tinha enormes círculos escuros ao redor dos olhos, mas mantinha o silêncio, lutando contra o cansaço.

Ezra e Sage Nishimura não estavam presentes, pois Hanna os mandou para os Estados Unidos a fim de ficarem de olho no canto ocidente do submundo. Entretanto, Sora duvidava muito que aquilo que a rainha Sirius tinha para falar se direcionava a eles.

E esses eram todos que restaram até o momento.

Não havia comida e nem bebida servida, o que significava que não era uma reunião amigável. O assunto deveria ser o principal foco e distrações não seriam aceitas.

Pouco tempo depois, Hanna entrou na sala com seus saltos ressoando por todo o piso de madeira. Ela assumiu o assento da outra ponta da mesa, de frente para Sora. Usava scarpins de bico fino, brilhantes e bonitos, e um conjunto social azul escuro. Ela jogou todo o cabelo para o lado e encarou todos os que estavam presentes.

— Somos tão poucos. — Ela murmurou baixinho. — Sobraram poucos.

— Claro, você fez questão de cortar todo mundo. — Armani foi o primeiro a rebater a irmã.

Hanna então ajeitou a postura e respirou fundo. A forma como ela se posicionou à mesa foi tirana e superior, intimidadora, de alguma maneira.

— Ótimo. Vejo que já alcançamos o objetivo. — Ela estalou a língua no céu da boca em escárnio. — Eu estou cansada de todos esses murmúrios e reclamações sobre mim correndo pelos cantos. Hoje vocês foram reunidos aqui para falar e fazer todas as críticas que desejam a respeito de como eu tenho organizado o submundo desde que assumi como rainha Sirius.

Bordeaux - Sablier RougeOnde histórias criam vida. Descubra agora