d i x - n e u f

443 91 69
                                    

O céu cinza e tempestuoso ameaçava cair com violência sobre a cidade de Tóquio

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

O céu cinza e tempestuoso ameaçava cair com violência sobre a cidade de Tóquio.

Hanna sentia a eletricidade correndo por todo o corpo dela, como se os relâmpagos começassem no interior para depois caírem sobre a cidade. Os nós dos dedos já estavam brancos ao redor do volante e os olhos fixos no asfalto à frente.

Estacionou o carro quando finalmente chegou no galpão. Avistou de longe Evie sentada na própria moto. A ruiva fumava um cigarro enquanto esperava pacientemente, ignorando o galpão em chamas atrás de si. A fumaça escura subindo ao céu, alertando os civis que muito em breve chamariam os bombeiros.

— Era um ninho da Hidra, mas não tinha ninguém dentro. — Evie anunciou assim que avistou Hanna, mas não tirou os olhos do celular.

— Não tinha nada de útil?

— Não. Só um monte de tranqueiras e bandeiras. Devia ser um local de reuniões de emergência.

Hanna revirou os olhos e bufou.

Caminhou pelo asfalto e encarou o galpão ardente. Fogo era o que Sora gostava. Infelizmente, ela ainda não tinha uma ideia diferente. Se pudesse, congelaria toda a Hidra. A morte por gelo lhe parecia muito mais atrativa. Lenta, dolorosa e cruel. Gera queimaduras, para o coração vagarosamente, dificulta a respiração, sufoca aos poucos... era isso o que a Hidra merecia.

— O que vamos fazer agora? — Evie perguntou, arrancando Hanna dos devaneios crueis.

— Eu ainda estou pensando, mas tenho uma boa ideia. — Ela deu um sorriso amedrontador.

Evie não disse nada, apenas continuou encarando o rosto sombrio da Rainha Sirius.

— Quem tem disponibilidade para viajar nos próximos dias?

— Não tenho certeza, Hanna.

— Eu vou falar com a Jez e ver quem vai estar disponível. Procure na Canis Major.

Sem mais nenhuma palavra de conversa fiada, Hanna virou de costas e partiu, largando Evie à sua própria companhia.

[...]

Jez estava relaxada, quase dormindo, enquanto Argus massageava as costas dela.

De olhos fechados e com a pressão dos dedos dele nos pontos perfeitos dos músculos cansados, ela mergulhava cada vez mais num mar de tranquilidade e silêncio.

Até alguém bater com força uma porta no Céu.

— Quem é? — Jez perguntou, jogando o cabelo castanho e trançado com mechas loiras para o outro lado.

Argus foi até a porta, espiou o lado de fora e depois voltou para o interior, trancando a porta atrás de si.

— É o Yan.

— Ele está bem?

— Na mesma.

Jez torceu o nariz e estalou a língua no céu da boca em certo desgosto.

Bordeaux - Sablier RougeOnde histórias criam vida. Descubra agora