d o u z e

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Jez se aproximou em passos lentos como se temesse que qualquer movimento brusco fosse capaz de transformar seu melhor amigo numa miragem e fazê-lo desaparecer

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Jez se aproximou em passos lentos como se temesse que qualquer movimento brusco fosse capaz de transformar seu melhor amigo numa miragem e fazê-lo desaparecer. Kuro abriu bem os braços.

— Vem cá e me dá um abraço!

— DESGRAÇADO! — Jez voou no pescoço dele e apertou como se tentasse matar uma galinha.

Kuro começou a tossir enquanto afastava as mãos dela, lutando por sua própria vida. Era evidente que os olhos de Jez estavam cheios de mágoa, desespero e aflição, porém, acima de tudo, alívio!

Yukio deu uma gargalhada na cara dela e a abraçou firmemente. Lágrimas molharam o ombro dele e Kuro não teve pressa alguma de cumprimentar os outros. Jez era sua melhor amiga, sua parceira de fofocas e piadocas, sua alma gêmea de irmandade. De todas as pessoas naquela sala, ela era a mais importante de todas para Kuro. E também a única que o fez repensar mil vezes antes de abrir mão do privilégio de sumir no mundo e voltar para o universo perigoso e caótico em que vivia.

— Eu queria dizer que estou incrédula, mas é a sua cara sumir por anos se fingindo de morto e voltar com um... pacote de mortadela! — Ela bateu os frios na cabeça dele.

— E casado! — Ele ergueu a mão e exibiu a aliança.

— Impossível... ok, eu enlouqueci. Yukio Kurosawa jamais se casaria. Ele está realmente morto!

Risadas ecoaram pela sala e os outros vieram cumprimentá-lo.

Nem todos estavam presentes naquele momento, mas a fofoca se espalharia rapidamente pelos canais de comunicação sigilosos que usavam. Kuro abraçou a todos, exibiu sua perna faltante e fez inúmeras piadas, provando que estava vivo e bem.

Sentados à mesa, todos comiam a mortadela frita junto com outros lanchinhos enquanto conversavam e Kuro os informava sobre o que tinha feito nos últimos três anos (viajado o mundo com sua esposa incrivelmente gostosa e muito sexo sem camisinha).

— Eu acho que você pode guardar alguns detalhes pra você! — Hanna riu com as bochechas vermelhas ao ser exposta aos sórdidos pormenores.

— Ah, e você e o Ryu nunca foram pro abate, não? O Alma nasceu de um pé de couve foi? — Kuro revirou os olhos.

— Sim, Kuro, vou te contar como eu botei até minhas bolas dentro da Hanna. — Ryu provocou uma onda de risadas.

— Gente, por favor, eu estou sentado à mesa! — Sora tinha os olhos arregalados ao ouvirem falar da irmãzinha dele daquela forma. — Minha irmã caçula, caras!

— Tá bom, vamos todos fingir que você nunca bateu com o pau na cara da irmã de ninguém.

— A última era filha única. — Apesar das risadas, a breve menção à Ada fez o semblante de Hanna se fechar.

Kuro notou que aquele era um terreno muito perigoso e que eles não deveriam cruzar sem uma boa preparação antes. Não era prudente provocar a Rainha Sirius enquanto ela tinha uma faca de pão na mão e os lábios sujos pela gordura da mortadela frita.

Bordeaux - Sablier RougeOnde histórias criam vida. Descubra agora