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22 de dezembro de 2022

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22 de dezembro de 2022

A diversão que Kuro tinha no momento era enviar fotos de Ada distraída para Sora.

Ikari nunca pediu, mas também nunca reclamou. A primeira vez que Kuro tirou um retrato, acabou pegando por acaso um meio sorriso de Ada enquanto ela treinava chutes com o pai. Yukio ponderou se deveria ou não enviar, mas achou que Sora gostaria (e precisava) ver aquele pequeno fio de esperança.

O doutor do amor estava vivo, na ativa e pronto para fazer procurados e suicidas amarem novamente.

Sentado na beirada da varanda do primeiro andar do prédio abandonado, assistia pai e filha treinando juntos no estacionamento e Creatina protegendo o portão. A maior parte do tempo eles mal conversavam. Bom, não com palavras. Yukio era um observador bom o suficiente para perceber que eles tinham uma linguagem própria e não-verbal, onde se entendiam através do treino em conjunto.

— Genética do caralho! — Kuro elogiou e mordeu mais uma coxa de frango frito, finalizando seu almoço.

Os dois pareciam monstros lutando, mesmo no treino. Harold, mesmo já sendo um aposentado, ainda daria uma surra na maioria dos jovens da geração. E também tinha aquele olhar feroz e assustador de Ada.

Kuro ficou ponderando quais características suas seu filho iria herdar. Torcia para que fosse a sagacidade, as habilidades para luta e a persuasão para comer mulher casada. Ele seria um pai muito orgulhoso se seu pequeno Mave levasse para frente o legado do consolador de casadas.

Rindo sozinho, ele pegou o celular e quase se engasgou ao ver as mensagens no display.

— Aí, suspende o treino. — Yukio assobiou, chamando a atenção dos dois mais abaixo. — Eles estão chegando.

Ada e Harold então entraram correndo no prédio, tomando cuidado para não caírem nas armadilhas perfeitamente posicionadas por Kuro. Subiram até o único quarto que estava sendo utilizado no momento e vestiram os casacos pesados. Ele o marrom escuro como os troncos das árvores da floresta, ela o vermelho cornalina que se destacava no meio da neve.

Calças quentes, botas de combate e casacos peludos os aqueciam para sair no frio do inverno. Ada foi até a frente do espelho e lavou o rosto mais uma vez, ignorando as bandagens ao redor dos dedos machucados.

Mi amore, vem cá. — Harold a chamou.

Ada então ergueu o queixo e deixou o pai aparar parte da franja dela que caía sobre o olho, deixando-a melhor preparada para a batalha.

O cabelo estava bem curtinho, mas Harold foi cuidadoso o suficiente para manter alguma angulação nos fios. No fundo, ele achava a filha linda mesmo com as orelhas e a nuca aparentes.

— Obrigada, pai.

Ela pegou o rifle de caça que Yukio conseguiu e prendeu a bandoleira nos ombros. Pai e filha então se prepararam para sair e caçar. Harold vestiu a balaclava para proteger o rosto do frio e também a própria identidade, pois Ada fez questão que ele se escondesse.

Bordeaux - Sablier RougeOnde histórias criam vida. Descubra agora