♣ Cinque ♣

3.4K 390 65
                                    

Dante acendeu outro cigarro enquanto observava Alev mexer no automóvel à sua frente.

-Você tem uma Mercedes Maybach Exelero na garagem -assobiou -nada mal.

-Hum, também curte belezinhas como essa?

-Eu tenho uma Lamborghini Veneno.

Alev se engasgou ao escutar esse nome.

-Isso é uma bela máquina.

-Todo trabalho tem suas vantagens e eu gosto de peças caras.

-Bem, percebo isso.

-Só não entendo porque um carro como este está sendo cuidado pelo próprio dono com um balde de água, sabão e uma mangueira.

-Eu gosto de cuidar das minhas próprias coisas!

-Valendo até para um carro que custa milhões de dólares.

-Sim… vale pra isso também. Tenho apreço pelo que me pertence independente do que seja, além do mais, não tem preço eu sentir que estou fazendo um bom trabalho no meu carro, olhe como está ficando! Brilhando como o sol! -Alev admitiu satisfeito enquanto passava a flanela no rosto, o dia estava muito quente e somado com aquela atividade repetitiva fez o suor escorrer pelo seu corpo inteiro.

Dante levantou as sobrancelhas.

-Podia ficar melhor.

-Podia o quê?!

-Você não passou o produto de forma uniforme, veja, tem pontos que ainda não estão encerados.

-Então venha você mesmo fazer! -Falou puxando-o pelos braços e fazendo-o cair em cima dele… muito próximo… próximo demais.

Dante riu, riu tão perto que dava para sentir a temperatura do seu hálito, percebendo agora, Alev ainda não havia sentido nenhum feromônio dele, mas será que aquele calor levemente emanado com cheiro cítrico era dele?

-Estava brincando, está bom o suficiente.

Falou enquanto se afastava de Alev que levantou logo em seguida sem jeito.

-O dia está bem quente, não é? -Dante comentou mexendo na camisa para entrar ar.

-Sim, está sim, os verões daqui são infernais.

-Porra, hoje está se superando. Vou entrar.

Alev ficou lá por mais alguns momentos, o que ele tinha feito não foi estranho assim, não foi? Só tinha puxado seu braço como sempre faz com seus primos. Quando ele entrou encontrou a casa vazia como habitualmente, à tarde e à noite também.

Ele pensou em subir ao seu quarto e levar algo para comer, mas achou melhor não entrar no espaço do outro depois daquele episódio, porém era estranho. Nos últimos dias, eles haviam conseguido conversar e até melhorar aquela relação, mas do nada Dante se fechou.



-"Vamos, não fique assim, só falta uma semana até a lua de mel acabar, depois vocês voltam com as rotinas de sempre, fim de papo" -Noor, sua prima falava ao telefone e no fundo o som de vozes eram ouvidas.

-O que você acha que eu posso fazer pra melhorar? Sabe, você é a única naquela casa que não vai me julgar por estar pedindo essa ajuda.

-"Não é como se eu tivesse a maior experiência no assunto, não é?"

-Mas já é alguma coisa!

-"Tá bom, tá bom. Me explique direito, desde ontem quando o puxou para cima de você em uma brincadeira, ele saiu da sua vista e não apareceu mais? Mesmo estando na mesma casa, não estão se vendo e nem ele está descendo para comer, é isso?"

Rei de CopasOnde histórias criam vida. Descubra agora