♠ Prologo ♠

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As crianças corriam pela sala batendo nos móveis à sua frente, correndo, brincando, gritando sem se importar com o que acontecia no centro daquela casa... um funeral.

-Meu menino, meu doce menino! -Chorava uma mulher totalmente de preto segurando um lenço com uma das mãos e com a outra a mão do seu falecido filho -eles o mataram! Mataram meu menino e estão por aí comemorando!

-Acalme-se, Patrizia, faremos eles pagarem! -Falou atrás dela, um homem alto também vestido de preto e com uma cara feia coberta por cicatrizes.

-Calma?! Mataram o meu cucciolo! Meu filhotinho, meu bebê! Os Yildiz fizeram isso e todos vocês estão sentados nesta sala enquanto podiam estar cobrando pelo que eles fizeram! Pelo meu filho! Ou Enzo não era um Bianchi?!

-Vita mia, me entenda, por favor, não é assim que cobraremos pelo que fizeram. Enzo também era meu filho, eu também estou sofrendo, a família Bianchi está sofrendo, nossos primos e primas da Itália estão aqui sofrendo também pela nossa perda.

-Por isso mesmo deviam estar matando aqueles vermes! Uma grande família de mafiosos que não sabe usar as próprias armas que vendem?!

-Patrizia, cale a boca -falou um homem enorme que entrava no cômodo, usava um terno milimetricamente justo, rosto feroz com uma notória cicatriz na boca, cabelos cinzentos e um grande anel de ouro no dedo anelar que significava sua hierarquia naquela família... o líder -Bruno, você não consegue nem fazer a sua mulher calar essa maldita boca, eu não aguento mais ouvir esses lamúrios pela casa.

-Não foi seu filho que morreu, Antônio.

-Ele morreu por burrice! Meus filhos não fariam a burrice de mexer em uma colmeia de vespas como os Yildiz, mas não, seu querido filho tinha que matar o homem de confiança deles e expor a cabeça! Não vou estreitar ainda mais nossas relações por causa de um menininho burro que queria mostrar que era corajoso.

-Não ouse falar assim do meu filho!

Ambos partiram um para cima do outro aos tapas e murros liberando massivamente seus feromônios para intimidar e sufocar seu oponente, ninguém ousou se mexer, todos amedrontados pelo cheiro e a Patrizia aos berros apertando ainda mais o corpo do filho. Até a chegada de uma senhora com idade avançada e vestida de preto como de costume.

-Antônio e Bruno, já chega! -E eles instantaneamente se largaram cada um para um canto -não vê que estamos em um funeral? Uma briga, meus queridos filhos? Não os criei para agirem assim dentro de casa, para agirem um contra o outro, vocês são sangue do mesmo sangue, são irmãos! Antônio, você pedirá desculpas agora mesmo para a Patrizia, ela perdeu um filho assim como eu perdi minha Clara e meu marido, ela poderá sofrer o quanto for necessário.

-Desculpas pela minha atitude -Antônio disse com o rabo entre as pernas diante da mãe, nem mesmo parecia o alfa dominante de minutos mais cedo, Patrizia apenas assentiu e voltou a chorar.

-Já perdemos demais nessa guerra contra os Yildiz, perdemos mais um dos nossos, já chega!

-Eu quero justiça, minha senhora, peço justiça pelo meu cucciolo!

-Não o mataremos, somos muito menores em número, esta guerra acabará agora! Minha boca diz isso e o que é dito por mim se torna regra nesta casa. Após o enterro saberão os próximos passos, os Yildiz não serão mais uma ameaça, serão nossos aliados.

Rei de CopasOnde histórias criam vida. Descubra agora