♠ Ventuno ♠

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Antônio o observava de baixo para cima com um olhar de desdém e insatisfação, Dante não costumava ficar desconfortável normalmente, mas no momento estava tentando esconder marcas de chupão no pescoço, se sentindo como um adolescente que foi pego no pulo. Mas ele era um adulto de trinta anos que tinha que esconder que estava transando com seu próprio marido.

-Você fede.

-É inevitável não ter seu cheiro em mim, tio. Moramos juntos.

-E fodem como coelhos que não se importam que são irmãos.

-Já conversamos sobre isso, não precisa insistir. Eu tenho objetivos e meus métodos de alcançá-los.

-O fim  justifica o meio. Fui eu que apresentei você a Maquiavel.

-E fiz um bom uso dele. Não há o que se preocupar.

-Eu sou seu sangue, Dante. E você sabe que eu o amo, não é? Amo como se fosse meu primogênito. Como se fosse o filho que eu sempre quis e que eu pude direcionar corretamente sem as besteiras sem fundamentos de uma mulher.

-Eu sei, tio. Sei do seu amor e cuidado por mim.

-Acho que eu tenho sido muito protetor contigo?

-Preocupação nunca é demais, entretanto eu sei me cuidar muito bem.

-Já ouviu falar do cão de Pavlov? É o que está acontecendo bem diante dos meus olhos, meu sobrinho querido está sendo condicionado pelo inimigo e não percebe onde está o levando.

-Não é o que está acontecendo.

-Nem você mais sabe. Ou será que tenho que lembrar o que eles fizeram a Clara? Ela deveria estar hoje conosco, Dante. Mas não está devido a Fatih e os outros Yildiz.

-Já falei que sei me cuidar. Agradeço as suas preocupações, tio.

-E eu fico pensando: será que a sua lealdade está sendo abalada? 

-Tenho certeza que não.

-Lealdade ou morte. Lealdade aos nossos amigos. Morte aos nossos inimigos. De onde é esse lema?

-É o lema de nossa família.

-Pois bem. Preciso de uma prova de sua lealdade a mim e ao seu sangue.

-Tio, eu pertenço inteiramente aos Bianchi. Dedico toda a minha vida a isso, que prova mais forte que essa?

-Você era assim antes do casamento. Foram as circunstâncias que me fizeram tomar aquela decisão, você sabe. Mas desde então o sinto ausente e sua lealdade em uma corda bamba, faça o que eu peço e o deixarei em paz. Terá provado sua inocência frente aos meus pensamentos.

Dante o olhou atentamente enquanto seu interior queria gritar e acabar com o homem que o olhava com audácia e o sabor em achar que iria vencer.

-O que eu preciso fazer?

Antônio abriu um sorriso e estendeu uma foto.

-Quero que mate esse homem.

-Isso é fácil.

-Não somente ele, quero toda a sua família morta, sem deixar testemunhas ou rastro, consegue?

-Por que matar para mim seria difícil?

-Não disse que era difícil. Dando cabo de todos você terá provado sua inocência e eu o deixarei em paz. Sei que essas últimas semanas estive em seu encalço, mas acabará quando souber notícias da morte deles.

-E assim será feito, tio.





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