♠ Nove ♠

3K 328 56
                                    

Alev foi bufando até um imóvel dos Yildiz, era um pequeno prédio discreto com uma fachada falsa de uma lavanderia e uma empresa decadente de seguros, ele não queria que o Dante estivesse ali, não era para fazer isso naquele dia. O cara tinha literalmente tido um ataque de pânico mais cedo, então o levou para um leve almoço na casa dos pais, depois eles rodariam pela cidade e voltariam para casa com tudo no seu devido lugar.

Em vez disso, ele estava ali com uma cara de poucos amigos vendo seus primos conversando tão facilmente com um Dante que demorou dias até que tivessem um diálogo decente.

-Não fique com essa cara, filho.

-Sério?! Sério que vocês trouxeram meu marido para cobrar a dívida de um problema nosso?!

-Não é por isso que você está assim, não é?

-Não sei do que está falando, baba, de verdade eu não sei!

-Sabemos que você não tem afinidade nenhuma no que eles estão fazendo.

-Baba, pra mim ainda não é normal matar pessoas como moscas!

Fatih o olhou com uma cara feia.

-Alev, o que fazemos não é porque gostamos, é porque é o nosso trabalho. Trabalho esse sem espaço para lamúrias de pena e compaixão, já conversamos sobre isso.

-Eu sou um…

-Um líder? -Seu pai o interrompeu -um líder. Exatamente por isso sou assim com você, já está na hora de acabar com isso, está entendendo? Imediatamente.

A contragosto, Alev respondeu.

-Sim.

-Perfeito -Fatih se virou até onde Dante, Demir, Cemil e Ediz estavam e Alev o seguiu -o que temos para hoje?

-Uma boa quantidade de carga foi roubada por um tal de Sasha, um dos nossos informantes se a polícia estivesse por perto, entretanto ele sumiu com duzentos quilos de cocaína pura -Demir relatou -demorou para acharmos, mas conseguimos, ele está lá embaixo no subsolo sem a cocaína e sem falar sobre onde está.

-Uma tarefa fácil -Fatih apontou.

-Sim, mas já tentamos de tudo e ele ainda não abriu o bico.

-E aí entra o Dante -Ediz falou -ele irá nos ajudar, não é?

Dante acendeu um cigarro enquanto a conversa se desenrolava, estava um pouco longe de Alev, mas o via tranquilamente, o homem estava com um olhar endurecido.

-Quero dez quilos como pagamento.

-Isso tudo?!

-Descobrirei em menos de dez minutos.

Demir riu.

-Impossível.

-Eu aposto -Dante estendeu a mão para ele.

-Pronto! Menos de dez minutos até o homem abrir a boca.

-Precisa que esteja vivo?

Demir negou com a cabeça.

-Como tirar doce de criança então.

Todos desceram para onde começaria o serviço e lá encontraram um homem em uma cadeira com os braços e pernas amarrados, sua cara já estava surrada e suja de sangue, ele ria dolorosamente, mas ainda com um olhar determinado.

-Já falei! Não abrirei o bico!

Dante foi se aproximando. Perto de onde o homem estava havia uma mesa longa de metal velho e enferrujado que em cima continha diversas peças para tortura, eram facas, tesouras, maçaricos, alicates, fios e diversos objetos estranhos que fariam alguém sofrer.

Rei de CopasOnde histórias criam vida. Descubra agora