♣ Quattordici ♣

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Alev não conseguiu passar mais algumas horas, ele sentia que algo tinha acontecido, algo que deixou passar pelos seus sentidos, pelos seus olhos, mas que tinha sido bem próximo ao seu nariz.

Dante estava sério e levemente acanhado como não estava mais cedo, como não estava há tempos. Alguém falou algo para ele? Não devia ter sido a Elma ou o flagra que ela deu, era muito insignificante para fazê-lo ficar daquela forma, com aquele olhar frio e distante.

Nuri a pedido da mãe deixou Alev em frente à sua casa e então ele entrou. Encontrou uma sala à meia luz, quase escura e sem sinal aparente do Dante. Um nervosismo o rondou, ele sentiu que algo estava prestes a acontecer.

-Dante? Dante?! Eu estou em casa, onde você está?!

Ele saiu à sua procura como mais cedo, Alev passou o dia procurando a presença do marido.

Dante estava de costas para a entrada da porta em um dos escritórios da casa, Alev imaginou que era o que ele tinha pegado para ser seu, mas como o seu antigo quarto, o cômodo estava intocado como se não houvesse sinal que alguém usava nada ali.

-Ei, você me assustou. Como você está se sentindo? Fiquei preocupado que estivesse passando mal.

-Alev -sua voz estava fria. 

-Ei, o que foi? -Ele tentou se aproximar para abraçá-lo, mas Dante se afastou.

-Sabe, o colar da sua mãe é muito lindo.

-O que isso tem a ver com o momento?

-Você também não acha?

-Sim… sim, ele é lindo. Inclusive a cor fez lembrar dos seus olhos, verdes como esmeraldas.

-Uma joia daquelas fica presa na mente de quem viu, ainda mais sendo uma peça única feita sob medida.

-Aonde você quer chegar, Dante?

-Eu lembro de ter visto aquele colar em algum lugar, mas eu não sabia onde. Eu não fazia ideia! Um nó se formou na minha cabeça porque eu não consegui lembrar em que caralhos eu tinha visto aquele colar! Mas aí eu cheguei em casa e todas as minhas suspeitas foram preenchidas… o colar… o mesmo colar que minha mãe está usando nessa foto!

Dante suspendeu em sua direção.

-O mesmo maldito colar de esmeraldas dado por seu pai como presente de casamento para sua mãe!

-Que porra você tá falando?! Eu não tô entendendo nada!

-Como eu não percebi antes?! Como eu não notei essa sensação de paz na sua família era uma encenação para mim?!

-Dante, pare de enrolar, porra! Aonde você quer chegar?!

-O noivo da minha mãe era o seu pai!

Dante andava de um lado ao outro do escritório. Ele estava nervoso, ansioso, quase que em pânico.

-Olhe a foto! A foto que minha mãe tirou! Isso aqui fica no lugar que estivemos hoje! Olhe para isso, a fonte que estávamos hoje, esse arco! Olhe, o colar da foto e o que sua mãe estava usando hoje! São idênticos! -Ele segurou na frente de sua vista a pequena foto polaroid e a do celular.

Dante estava nervoso.

-O seu pai era o noivo da minha mãe! Minha mãe iria se casar com seu pai! Céus, que porra é essa?! Nossas famílias tentaram se juntar antes! Seu pai… seu pai! Ele pode ter mandado matar minha mãe!

Os olhos de Alev se abriram.

-Não diga uma coisa dessas!

-Eu estou falando sério! Ele tem motivos para isso, um casamento arranjado que foi cancelado pela minha mãe, um alfa rancoroso e possessivo faria uma coisa dessas!

Rei de CopasOnde histórias criam vida. Descubra agora