♣ Trentadue ♣

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-Estamos procurando sem parar qualquer depósito ou terreno abandonado em Big Sky -uma voz falou. 

-O que faremos enquanto isso? -Outro alguém perguntou.

Vozes não distintas, era tudo o que Dante ouvia sentado na mesa. Já havia passado horas desde que seu filho tinha sido sequestrado. Seu coração estava afundando mais a cada segundo além de medo, terror e desespero, seu bebê estava longe dos seus braços, do seu cheiro, em um lugar hostil, era inverno, será que ele estava bem agasalhado? Estava alimentado? Depois que a adrenalina de confrontar os Bianchi passou, só restou uma casca vazia sentada na sala de reunião. Lágrimas caíam dos seus olhos enquanto Alev falava algo, mas seus ouvidos não conseguiam ouvir, Dante sentia que estava definhando para morrer.

-Dante? -Alev repetiu -enquanto vocês estiveram com os Bianchi, procuramos qualquer mudança em rodovias, ferrovias e meios aéreos.

-Ele não vai matar o Asaf, não até que eu esteja perto o suficiente para me ameaçar. Antônio quer barganhar comigo, aquele sádico miserável.

-Estamos tentando de tudo, Dante -Elma falou.

-Ainda não achamos nada de onde ele possa estar! Alev, chame o Dean agora! Eu quero que todos que podem me ajudar estejam aqui e agora!

-Aşkım, vamos achá-lo. Estamos seguindo firme, não vamos parar e Antônio quer que nós descubramos onde ele está, só precisamos entender como aquele homem pensa.

Dante começou a soluçar e tremer, seu choro foi ficando mais forte e desolador.

-Saiam! Saiam daqui! -Alev ordenou quando viu seu marido começar a desabar. Todos obedeceram e no segundo que saíram, Dante começou a quebrar tudo no cômodo.

Ele jogou todos os vasos, objetos, espelhos, tudo o que estava à sua frente foi para o chão, foi pisoteado e quebrado. As cadeiras, o sofá, os retratos nas paredes, as cortinas e até mesmo as janelas, não sobrou nada. Dante então caiu histérico no chão ainda chorando, ainda desesperado.

Alev também estava chorando mesmo que em silêncio, estava dilacerado e triste, com ódio, com medo. Ele se aproximou e passou os braços em volta do marido.

-Ele levou meu bebezinho, Alev. Ele levou meu filho, meu Asaf... meu filhotinho.

-Nós vamos pegá-lo de volta e mataremos todos no caminho.

-A culpa é sua... a culpa é sua, Alev -os olhos de felino se viraram para o rosto do alfa. Pareciam órbitas vazias e mortas -você prometeu que cuidaria dele! Você prometeu que não deixaria nada de mal acontecer conosco! Você mentiu! Você mentiu pra mim, seu desgraçado!

Era uma faca atingindo todo o corpo de Alev, uma faca em chamas ardendo, queimando e destruindo tudo, ele não soube o que fazer ou reagir, já sentiu culpa o suficiente desde que foi acordado e percebeu que Asaf não estava no berço, aquela sensação estava torturando-o lentamente, sufocando até que ele morresse.

Seu marido continuou a chorar nos seus braços, se debater para sair, mas Alev continuou a segurar até sentir a pele quente de Dante, muito quente, quente demais.

-Dante?

O rosto do ômega estava suado e vermelho, pegando fogo de febre.



-É o cio dele -Selim disse. 

O corpo de Dante se encontrava desmaiado sobre a cama, ainda suando e molhando todo o lençol e com uma expressão cansada e triste na face.

-O senhor disse que o cio dele podia chegar até dois anos depois de ter um bebê.

-Em circunstâncias normais, o que aconteceu hoje foi uma situação tão estressante e extrema que desencadeou o cio dele.

-Ele não pode passar por isso agora, tio.

Rei de CopasOnde histórias criam vida. Descubra agora