ONDE ACONTECE A VIDA?

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Onde acontece a vida? Onde acontece a morte?
Onde eu me encontro no equilíbrio? 

Dizem que as mais belas histórias têm um final feliz, mas eu me questiono: o que é um final feliz?
São tantas perguntas, poucas respostas.

- UFF (suspiro)
Toc Toc (duas batidas na porta)
- Filha, o jantar está pronto.

Eu olho para minha porta rabiscada de poemas e desenhos abstratos. - Eu já vou, mãe.

Fecho meu diário e guardo no meu baú que tem embaixo da cama, cama de madeira velha.

Desço as escadas e vejo minha mãe e meu pai servindo à mesa, mas meu pai estava distraído, olhando a metade do jornal por cima do ombro, a outra metade certamente o cachorro comeu.

Meus pais sempre foram um exemplo de casal para mim, sempre harmoniosos, carinhosos. Minha mãe se chama Marta, ela tem 48 anos, sempre com vestidos floridos e limpos, ela tem cheiro de amaciante e sabonete de algodão. Ela é linda e minha inspiração.

Meu pai é o Augusto, 52 anos, trabalha na roça, planta, colhe e vende, cara de bravo com aquela barba farta, mas ele é maravilhoso, ama tocar violão na porta de casa a noite depois do jantar com seu cigarro de palha, eu sempre estou por perto, eu amo tudo que ele toca e canta, eu canto junto, fazemos uma bela banda.

- Vem Alice, eita menina que sonha, até em pé, diz minha mãe.

Eu estava parada olhando para o nada mesmo, mas na minha cabeça estava acontecendo mil histórias ao mesmo tempo.

O jantar estava ótimo, e como de costume, cantei com meu pai enquanto minha mãe fazia uma toalha de crochê, ela ama, acredito que seja o passatempo favorito dela, o céu tinha tantas estrelas que nem dava para contar, o vento gelado e às vezes ele gritava, como se procurasse seu par, sua alma, seu corpo.

Após tanto procurar, o vento cansou e tudo ficou silêncio, era a única forma de silêncio que a minha mente barulhenta conhecia.

As manhãs de domingo eram as melhores, não tinha escola, não tinha nada, e eu gostava do nada. Eu sempre ia para o começo da floresta já que minha mãe me proibia de ir depois do riacho, ela dizia ter animais perigosos, mas eu nunca vi nenhum, só coelhos, não acho que coelhos são perigosos.

No começo da floresta tinha uma árvore velha, gigante, eu gosto de ficar lá lendo, escrevendo, ou só olhando suas folhas balançarem, algumas caem no meu rosto, e isso me faz feliz, eu sei que é um rolê bem estanho para uma garota de 17 anos, as garotas da minha idade se encontram no pub, fazem barulho e mascam chicletes enquanto decidem quem é o garoto mais bonito da escola, é, eu prefiro ficar em baixo dessa árvore velha mesmo.

(Olá leitor, peço que deixe seu voto, é muito importante viu, e fique a vontade para comentar nos capítulos ♥️)

Os mistérios de Alice Onde histórias criam vida. Descubra agora