DOMINGO

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Acordo com o vento batendo na minha janela, dessa vez ele foi mais rápido do que o despertador, olho para o relógio e marca exatamente 8:05 da manhã.

Levanto e está tudo silêncio, e um rastro de cheiro de café que parecia se acomodar entre as madeiras do meu quarto, desço para a cozinha, minha mãe está arrumando algumas gavetas.

- Bom dia filha, dormiu bem?

- Dormi sim, mãe.

- Não me convenceu muito não, e como foi a festa?

Me lembro de todo o ocorrido e fico inquieta. - Foi normal, bom, é uma festa, né.

- Achei que a Rebecca voltaria com você.

- Ela quis ficar um pouco mais.

- Ela quis ficar? e a menina, qual o nome dela mesmo?

- Naomi.

- Isso, e a Naomi que veio lhe trazer?

Permaneço em silêncio.

- Filha, tem algo que você não está me contando?

Nesse momento, eu não consigo segurar minhas lágrimas.

- Meu amor, o que houve? Pergunta minha mãe, me abraçando.

- Aí, mãe, eu tô me sentindo mal. Sentamos no sofá da sala e conto tudo detalhadamente.

- Amanhã eu vou à sua escola, Alice, isso não pode ficar assim, e Rebecca não deveria ter saído do seu lado.

- A culpa não é dela mãe, falo enxugando as lágrimas.

- Isso mexeu muito com você filha, precisamos cuidar disso para não virar algo que venha a lhe assombrar, conta comigo, tá bom?

Abraço minha mãe e me sinto mais confortável e segura.

- Não conte ao seu pai, eu vou resolver isso.

Terminamos o café, subo para o quarto para continuar pintando um quadro, coloco um macacão beje que já estava todo manchado de tinta, prendo o cabelo fazendo um coque alto, e começo a pintar, deixo o quarto desarrumado, eu só queria me jogar naquela tela e deixar a arte me salvar mais uma vez.

Os mistérios de Alice Onde histórias criam vida. Descubra agora