NÃO É NÃO

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Saio do meio daquela multidão que nem sei de onde saiu, ali não estavam apenas as pessoas da escola, então percebo que não vou achar Rebecca, e agora? Penso.

Sinto meu coração palpitar, a respiração sair descompassada e tento me tranquilizar, eu sei que estou tendo um começo de crise de ansiedade, eu não posso deixar que isso aconteça, não aqui.

Caminho para perto dos barris e vejo algumas garrafas de água, pego uma e tento achar um lugar que tenha menos pessoas.

Encosto em uma árvore enquanto bebo a água e vejo um rapaz já alterado chegando perto de mim.

- Você está aí. Ele fala embriagado.

- Desculpe, eu não te conheço.

- Tá louca, Carolina, não tô doido assim não . Diz ele, vindo para cima de mim.

- Se afasta, eu não sou Carolina, eu sou Alice, você está me confundindo.

Ele me analisa, percebo que ele não estava apenas alcoolizado e fico com medo, pois eu tinha me afastado um pouco da multidão, e as pessoas que estavam próximas estavam cada uma no seu mundinho.

- Nossa, eu tô muito louco, ele fala rindo enquanto se aproxima.

- Tá certo, preciso ir, quando tento sair, ele segura no meu braço e me traz de volta para a árvore.

- Me solta! Falo no tom alto.

- É só um beijo, não faz mal.

- Eu já disse para me soltar!!!

Nesse momento, minha crise volta mais forte e percebo que já estou chorando enquanto tento empurrar ele e ele tenta me beijar.

Eu só sentia angústia e raiva, isso nunca tinha acontecido comigo, eu já não sabia o que podia fazer além de gritar por ajuda.


(Importante sempre lembrar que, NÃO, É NÃO!)

Os mistérios de Alice Onde histórias criam vida. Descubra agora