Capítulo lV

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Heeseung teve a sensação de que Billie sentia mais dor do que deixava transparecer, mas não percebeu até descerem a escada. Tinha considerado descer com o ômega nas costas, mas pareceu mais seguro que o mesmo fizesse isso sozinho. Ele desceu três degraus antes que o ômega colocasse o pé bom no primeiro degrau, então o observou apoiar cautelosamente o pé ferido. Jake ficou imóvel por um instante, provavelmente considerando a melhor maneira de prosseguir.

— Eu colocaria primeiro o pé que está bom — disse o alfa calmamente — e seguraria na escada com força para absorver um pouco do peso.

Jake assentiu com o ar tenso e seguiu suas instruções, soltando o ar em um silvo angustiante quando, uma vez seguro e firme o pé bom, ele pôde levantar o ferido do degrau de cima.

Jake prendeu a respiração. O alfa não o culpava.

Heeseung esperou que se recompusesse, sabendo bem que precisava ficar apenas alguns degraus à frente; se o ômega caísse - o que poderia acontecer; ele via que o tornozelo de Jake era bem frágil - ele tinha de estar perto o suficiente para impedir que fosse ao chão.

— Talvez se eu tentar do outro jeito... — falou o ômega, respirando com dificuldade em meio à dor.

— Eu não faria isso.

Heeseung manteve a voz propositalmente calma e humilde. Jake nunca foi o tipo que encara bem ter alguém lhe dizendo o que fazer. O alfa supunha entender isso melhor do que ninguém.

— Não vai querer que seu pé mais baixo seja o que está fraco — apontou o alfa — Sua perna poderia ceder...

— Claro — disse o ômega, tenso.

Não com raiva, só tenso. O alfa conhecia aquele tom. Era o tom de alguém que cedia e que de fato não queria maiores esclarecimentos sobre o assunto.

Era um tom que ele próprio usava com bastante frequência.

Bem, ao menos sempre que se dignava a ceder em alguma coisa.

— Sei que dói — falou — mas o senhorito consegue.

— Dói mesmo — admitiu Jake.

Heeseung sorriu. Não sabia bem por quê, mas estava feliz por ele não poder ver seu rosto.

— Não vou deixá-lo cair.

— Tudo bem aí em cima? — gritou Sunghoon.

— Diga a ele para calar a boca — grunhiu Jake.

Heeseung riu, mesmo sem querer.

— O Srt. Shim está pedindo para você calar a maldita boca! — berrou o alfa.

Sunghoon deu uma risada meio latida.

— Vejo que ele está bem, então.

— Eu não diria bem — resmungou Jake, ficando sem ar ao descer outro degrau.

— Está quase na metade do caminho — falou Heeseung, procurando encorajá-lo.

— É mentira, mas agradeço o apoio.

O alfa sorriu, e desta vez soube o motivo. Jake podia ser irritante na maior parte do tempo, mas sempre tivera um grande senso de humor.

— Está a meio caminho da metade do caminho, então — observou o mais velho.

— Tão otimista... — murmurou o mais novo.

O ômega desceu outro degrau sem incidentes, e o alfa percebeu que a conversa estava se provando uma boa distração.

— Você consegue, Jake - garantiu ele.

— Você já disse isso.

— Vale a pena repetir.

I hate him? I love him! - heejakeOnde histórias criam vida. Descubra agora