I hate him? I love him! - heejake

Capítulo VIII

Lady Shim começou a planejar sua incursão à temporada social logo na manhã seguinte. Jake entrou mancando na pequena sala de jantar para tomar café da manhã, totalmente preparado para ser recrutado para o serviço, mas, para seu alívio e surpresa, sua mãe disse que não precisava de ajuda com os preparativos. Só queria que Jake escrevesse uma mensagem convidando Sunoo e Yeonjun.

Jake concordou, agradecido. Isso ele podia fazer.

— Jungwon se ofereceu para me ajudar — disse lady Shim enquanto fazia sinal para um criado preparar um prato de café da manhã.

Jake era ágil com as muletas, mas nem mesmo ele conseguia se servir do aparador enquanto se equilibrava em um par de bastões.

Olhou para o irmão mais novo, que parecia bastante satisfeito com aquela ideia.

— Será muito divertido — falou Jungwon.

Jake engoliu uma resposta. Não conseguia pensar em muita coisa que seria menos divertida, mas não precisava insultar o irmão dizendo isso. Se Jungwon queria passar a tarde escrevendo convites e planejando menus, que ficasse à vontade.

Lady Shim preparou uma xícara de chá para Jake.

— Como planeja passar o seu dia?

— Não tenho certeza — respondeu Jake, anuindo em agradecimento ao criado quando ele colocou o prato à sua frente.

Ele olhou de forma melancólica pela janela. O sol começava a surgir entre as nuvens, e dentro de uma hora o orvalho da manhã já teria evaporado. Um dia perfeito para estar ao ar livre. A cavalo. Sendo útil.

— Jake? — murmurou sua mãe, olhando-o por cima da xícara de chá de porcelana.

— Acho que não sou uma pessoa muito amável — ponderou Jake.

Lady Shim engasgou de um jeito que fez o chá sair pelo seu nariz. Foi uma cena e tanto, que Jake nunca esperara ver na vida.

— Eu poderia ter lhe dito isso — disse Jungwon.

Jake franziu a testa para o irmão que era, levando-se tudo em consideração, bastante imaturo.

— Shim Jaeyun — veio a voz decidida da mãe. — Você é uma pessoa perfeitamente amável.

Jake abriu a boca, mas não tinha nada inteligente a dizer.

— Se não fosse — continuou a mãe, sem deixá-lo falar, num tom de “não se atreva a me contradizer” —, isso teria um reflexo negativo em mim, e me recuso a acreditar que sou uma mãe tão negligente assim.

— Claro que não é — disse Jake rapidamente.
Muito rapidamente.

— Portanto, vou repetir minha pergunta — afirmou a mãe.

Então tomou um pequeno gole de chá e olhou para a filha mais velha com notável impassibilidade.

— O que planeja fazer hoje?

— Bem... — protelou Jake.

Ele olhou para o irmão, mas Jungwon não ajudou. Simplesmente deu de ombros de um jeito que poderia significar qualquer coisa desde "Não tenho ideia do que há com ela" até "Estou me divertindo muito com seu desconforto".

Jake franziu a testa. Não seria ótimo se as pessoas simplesmente dissessem o que pensam?

Virou de volta para a mãe, que ainda o observava com uma expressão enganadoramente plácida.

— Bem... — disse Jake, mais uma vez adiando. — Talvez eu leia um livro...

— Um livro — repetiu a mãe, e bateu de leve no canto da boca com o guardanapo. — Que agradável.