Capítulo VII

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Uma festa?

Jake baixou o guardanapo com cuidado, uma vaga preocupação tomando conta dele.

— Mãe?

— Uma recepção de alguns dias em nossa casa — explicou a mãe, como se fosse isso que estivessem querendo saber.

— Nesta época do ano? — perguntou lorde Shim, a colher de sopa pairando brevemente a caminho da boca.

— Por que não nesta época do ano?

— Geralmente fazemos uma no outono.

Jake revirou os olhos. Que argumento mais alfa. Não que ele discordasse. A última coisa que queria em Byeong Hall naquele momento era uma recepção de vários dias. Era sua casa. Todos aqueles estranhos perambulando. Sem falar no tempo que gastaria desempenhando o papel do filho obediente da anfitriã. Teria de ficar pomposo o dia todo, sem poder se dedicar aos seus reais deveres de cuidar da propriedade.

Tentou chamar a atenção do pai. Com certeza ele sabia que aquilo era uma má ideia, independentemente da estação. Mas ele estava alheio a tudo que não fosse a esposa. E sua sopa.

— Sunghoon não estará aqui no outono – ressaltou lady Shim. — E devemos comemorar agora.

— Eu adoro uma festa — disse Sunghoon.

Era verdade, mas Jake tinha a sensação de que o alfa dissera aquilo mais para aliviar a tensão à mesa. Porque o clima estava mesmo tenso. E estranhamente estava claro para ele que ninguém sabia por quê.

— Está decidido, então — disse a mãe do ômega — Faremos uma recepção em casa. Será pequena.

— Defina pequena — pediu Jake com cautela.

— Ah, não sei. Cerca de dez convidados, talvez? — disse lady Shim para Lady Lee. — O que você acha, Myeo?

Lady Lee não surpreendeu ninguém ao responder:

— Acho ótimo. Mas é bom começarmos a cuidar logo de tudo, antes que Sunghoon retorne ao posto. O almirante deixou bem claro que a licença seria apenas pelo tempo de sua recuperação, e nem um minuto a mais.

— É claro — murmurou lady Shim. — Que tal em... uma semana?

— Uma semana? — perguntou Jake. — Não é possível arrumar a casa em uma semana.

— Ah, é claro que dá — disse sua mãe, lançando-lhe um olhar de divertido desdém. — Eu nasci para esse tipo de coisa.

— Isso é verdade, minha querida — falou o pai de Jake carinhosamente para a esposa.

Ele não ajudaria em nada, percebeu o ômega. Se queria colocar um fim àquela loucura, teria de fazer isso sozinho.

— Mas já pensou nos convidados, mamãe? – insistiu ele. — Certamente você deveria ter avisado com mais antecedência. Todos têm a vida muito ocupada. Devem ter planos.

A mãe acenou como se não fosse nada importante.

— Não estou planejando mandar convites por todo o país. Temos tempo suficiente para entrar em contato com os amigos dos condados vizinhos. Ou de Seul.

— Quem você vai convidar? — perguntou lady Lee.

— Vocês, é claro. Diga que ficarão lá em casa conosco. Será muito mais divertido ter todos sob o mesmo teto.

— Não me parece necessário — disse Heeseung.

— Verdade — concordou Jake.

Pelo amor de Deus, eles moravam a apenas cinco quilômetros de distância.

I hate him? I love him! - heejakeOnde histórias criam vida. Descubra agora