Capítulo XVII

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Heeseung o beijou.

Foi a própria definição de loucura.

Heeseung estava beijando Shim Jaeyun, o último ômega no mundo que sonharia querer, mas quando o outro olhou furioso para ele, quando seu queixo estremeceu e se projetou, ele não conseguiu ver mais nada além dos seus lábios, nem sentir mais nada além do seu perfume.
E não conseguia sentir nada além do calor da pele dele sob seus dedos, e queria mais. Mais daquilo.

Mais dele.

Passou sua outra mão em torno de Jake com velocidade impressionante. Não estava pensando, não podia estar pensando. Simplesmente o puxou contra seu corpo, com força, e então o beijou.

Queria devorá-lo.

Queria possuí-lo.

Queria tomá-lo nos braços, abraçá-lo firme e beijá-lo até ele finalmente adquirir um pouco de bom senso, até parar de fazer coisas malucas e de assumir riscos desnecessários, e começar a se comportar da maneira como um ômega deveria, embora continuasse sendo ele e…

Heeseung não conseguia raciocinar. Seus pensamentos estavam confusos, dilacerados pelo calor do momento.

Mais...
Era o que sua mente implorava.
Mais… era a única coisa que fazia algum sentido naquele momento. Mais daquilo. Mais de Jake.

Heeseung segurou o rosto dele, mantendo-o imóvel. Mas o ômega não estava imóvel. Os lábios dele se moviam, beijando o alfa de volta com o tipo de fervor que era característico de Jake.

Ele cavalgava com ferocidade, jogava com ferocidade e, Santo Deus, beijava da mesma maneira, como se Heeseung fosse seu triunfo e nele ele fosse ser glorificado.

Era tudo tão louco, tão completamente errado e ainda assim tão deliciosamente perfeito... Eram todas as sensações do mundo envoltas em um ômega, e Heeseung queria cada vez mais.

Naquele momento, naquela sala, ele queria cada vez mais.

A palma de sua mão correu para o ombro de Jake, depois para as costas, puxando-o para mais perto até que seus quadris pressionaram a barriga dele com força. Jake era pequeno, e era forte, mas tinha curvas em todos os lugares certos.
Heeseung não era um monge. Já havia beijado ômegas antes, ômegas que sabiam beijá-lo de volta. Mas nunca quisera tanto alguém quanto queria Jake.

Nunca quisera nada tanto quanto aquele beijo.
Aquele beijo... e tudo o que pudesse vir depois.

— Jake — gemeu o alfa. — Jake.

O ômega deixou escapar um som. Pode ter sido o nome de Heeseung. E, de alguma forma, isso bastou.

Santo Deus.

A razão voltou ao alfa de repente. Seu cérebro despertou, sua sanidade estava de volta, e ele cambaleou para trás, a eletricidade que faiscara tão ardentemente entre eles agora o empurrando para longe.

Mas que diabo acabara de acontecer?

Ele respirou. Não, ele tentou respirar. Era uma coisa completamente diferente.

Jake lhe perguntara o que ele queria.
E ele respondera. Ele o queria. E nem sequer precisara pensar a respeito.

Claramente, ele não pensara a respeito, porque, se tivesse pensado, não teria feito o que fez.
Passou uma mão pelo cabelo. Depois a outra. Então apenas desistiu e fechou as duas com força, puxando o couro cabeludo até soltar um grunhido de dor.

— Você me beijou — disse Jake, e Heeseung teve presença de espírito suficiente para não falar que ele o beijara de volta.

Porque o alfa havia começado. Ele havia começado, e os dois sabiam que o ômega nunca teria feito isso.

I hate him? I love him! - heejakeOnde histórias criam vida. Descubra agora