Capítulo X

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Ele quase o beijou.
Santo Deus, ele quase beijou Shim Jaeyun.
Tinha de sair logo dali.

— Está tarde — disparou Heeseung.
— O quê?
— Está tarde. Preciso ir.
— Não está tarde — disse o ômega.

Jake piscava rapidamente. Parecia confuso.

— Do que você está falando?

Eu não sei, Heeseung quase respondeu.
Ele quase o beijara. Seus olhos haviam baixado até a boca de Jake e ele ouvira o breve sussurro da respiração dele passando pelos lábios, e sentira-se chegar mais perto, desejando… Ardendo.

Ele rezou para que o mais novo não tivesse percebido. Com certeza Jake nunca tinha sido beijado antes. Não devia saber o que estava acontecendo.

Mas ele o desejou. Por Deus, como o desejou... Aquilo atingira o alfa como uma onda, avançando furtivamente a princípio e então o inundando com tanta força e rapidez que Heeseung mal conseguiu pensar direito.

O desejo ainda não tinha passado.

— Heeseung? — chamou o ômega. — Algum problema?

Os lábios do alfa se entreabriram. Ele precisava respirar.

Jake o observava com uma curiosidade quase cautelosa.

— Você estava me repreendendo — lembrou  Jake.

O alfa estava bem certo de que seu cérebro ainda não retomara o funcionamento normal. Piscou, tentando assimilar as palavras de Jake.

— Gostaria que eu continuasse?

O ômega fez que não com a cabeça.

— Na verdade, não.

O alfa passou a mão pelo cabelo e tentou sorrir. Era o melhor que podia fazer.

Jake franziu a testa, preocupado.

— Tem certeza de que está bem? Está muito pálido.

Pálido? O alfa sentia como se estivesse em chamas.

— Perdão — pediu ele. — Acho que estou um pouco... — O quê? Um pouco o quê? Cansado? Com fome? Ele pigarreou e decidiu: — Zonzo.

O ômega parecia não acreditar nele.

— Zonzo?

— Foi de repente — respondeu.
Isso era verdade.

O ômega foi em direção à corda da sineta.

— Devo pedir algo para comer? Quer se sentar?

— Não, não — disse o alfa, ainda atordoado. — Estou bem.

— Você está bem — repetiu Jake, praticamente irradiando descrença.

Heeseung assentiu.

— Não está mais zonzo.

— De forma alguma.

Jake o encarava como se ele tivesse enlouquecido. O que era bem possível. Heeseung não conseguia pensar em nenhuma outra explicação.

— É melhor eu ir embora — concluiu o mais velho.

Então virou e foi caminhando até a porta. Queria sair dali quanto antes.

— Heeseung, espere!

Por pouco. Mas ele parou. Tinha de parar. Sair da sala quando um ômega o chamava seria o mesmo que cuspir na cara do rei. As regras de etiqueta estavam em seu sangue.

Ao se virar, viu que Jake havia se aproximado vários passos.

— Não acha que deveria esperar por Sunghoon? — perguntou ele.

I hate him? I love him! - heejakeOnde histórias criam vida. Descubra agora