Cecília Aspen
Londres, Inglaterra - 2022Às dezoito horas eu já estava pronta, ansiosa pelo momento em que Adeline tocaria minha campainha e eu a veria outra vez. Desde o dia que nos beijamos, ela tem sido como uma música chiclete ruim, mas em forma de mulher e das melhores possíveis.
Fiquei minutos extensos fazendo qualquer coisa no celular que me distraisse e me fizesse pensar em qualquer outra coisa. Inútil. Passei cada segundo pensando nela e no que faríamos.
E às dezessete em ponto, o barulho suave da campainha soou, fazendo meu coração acelerar e meus pés terem vida própria até a porta da frente.
Quando à abri, a brisa da noite trouxe seu perfume diretamente para o meu rosto e meus olhos, foram puxados como um imã para seu rosto bonito. Adeline parece ter se perdido em mim quando passou um bom tempo me analisando.
— Puta que pariu — ela falou com tanta vontade que deve ter sido o palavrão mais sincero de sua vida, me fazendo rir. — Você está... — tentou achar suas palavras. — Fodidamente linda.
Rio de sua afobação, era adorável vê-lá tão maravilhada, por mim, ainda por cima.
— Você também não está ruim — digo, provocando-a com a força do hábito, Adeline solta uma risada nasal e depois me olha novamente, esperando que eu termine. — Está maravilhosa, loira.
Eu não mentia. Adeline estava belíssima. O cabelo estava preso no alto, usava uma blusa preta de manga, calças de couro e botas de coturno que a deixavam vários centímetros mais alta. Sofisticada, sexy e fatal, verdadeiramente pronta para um homicídio. Do meu coração.
— Pensei que fosse me detonar, professora. — diz em um tom divertido.
— Eu poderia, mas não quero que desista de me surpreender — brinco. — E é Cecília para você.
— Como quiser — aceitou. — Antes de tudo, gostaria que usasse isso. — ela me mostrou uma venda.
— Por quê? — perguntei curiosa.
— Faz parte da surpresa.
— Vai me sequestrar? — brinquei e a vi sorrir.
— Não, amor. — Amor.
— Promete?
— Prometo. — ela disse firme e calma, me passando confiança. Eu não tinha motivos para pensar o pior dela.
Suspirei e me virei, Adeline colocou a venda em meus olhos e depois segurou minha mão para me guiar. Ela cuidou para que eu não me desesperasse, sua mão estava na minha todo o trajeto que o carro fez, sempre me deixando aperta-la quando ficava apreensiva e não parava um minuto de perguntar onde iríamos.
Quando chegamos, ela me guiou por lugares que eu senti serem amplos como salões, um elevador e finalmente chegamos a algum lugar. Ouvi uma porta ser aberta antes de Adeline dizer:
— Pode tirar a venda.
Fiz o que tanto queria a vários minutos e quando abri os olhos, me deparei não só com as luzes intensas da cidade vistas de tão alto, mas também com um grande helicóptero. Bem na minha frente.
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Senhorita Aspen
Romance16+ | LGBTQIAP+ | Age gap "Dentre todas as vezes em que estive no inferno, em nenhuma delas tive a chance de conhecer o Diabo. Você me levou ao paraíso apenas por segurar minha mão e foi aí que eu pude conhecer a verdadeira serpente do Éden."