Capítulo Onze

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Cecília Aspen
Londres, Inglaterra - 2022

Às dezoito horas eu já estava pronta, ansiosa pelo momento em que Adeline tocaria minha campainha e eu a veria outra vez. Desde o dia que nos beijamos, ela tem sido como uma música chiclete ruim, mas em forma de mulher e das melhores possíveis.

Fiquei minutos extensos fazendo qualquer coisa no celular que me distraisse e me fizesse pensar em qualquer outra coisa. Inútil. Passei cada segundo pensando nela e no que faríamos.

E às dezessete em ponto, o barulho suave da campainha soou, fazendo meu coração acelerar e meus pés terem vida própria até a porta da frente.

Quando à abri, a brisa da noite trouxe seu perfume diretamente para o meu rosto e meus olhos, foram puxados como um imã para seu rosto bonito. Adeline parece ter se perdido em mim quando passou um bom tempo me analisando.

— Puta que pariu — ela falou com tanta vontade que deve ter sido o palavrão mais sincero de sua vida, me fazendo rir. — Você está... — tentou achar suas palavras. — Fodidamente linda.

Rio de sua afobação, era adorável vê-lá tão maravilhada, por mim, ainda por cima.

— Você também não está ruim — digo, provocando-a com a força do hábito, Adeline solta uma risada nasal e depois me olha novamente, esperando que eu termine. — Está maravilhosa, loira.

Eu não mentia. Adeline estava belíssima. O cabelo estava preso no alto, usava uma blusa preta de manga, calças de couro e botas de coturno que a deixavam vários centímetros mais alta. Sofisticada, sexy e fatal, verdadeiramente pronta para um homicídio. Do meu coração.

— Pensei que fosse me detonar, professora. — diz em um tom divertido.

— Eu poderia, mas não quero que desista de me surpreender — brinco. — E é Cecília para você.

— Como quiser — aceitou. — Antes de tudo, gostaria que usasse isso. — ela me mostrou uma venda.

— Por quê? — perguntei curiosa.

— Faz parte da surpresa.

— Vai me sequestrar? — brinquei e a vi sorrir.

— Não, amor. — Amor.

Promete?

— Prometo. — ela disse firme e calma, me passando confiança. Eu não tinha motivos para pensar o pior dela.

Suspirei e me virei, Adeline colocou a venda em meus olhos e depois segurou minha mão para me guiar. Ela cuidou para que eu não me desesperasse, sua mão estava na minha todo o trajeto que o carro fez, sempre me deixando aperta-la quando ficava apreensiva e não parava um minuto de perguntar onde iríamos.

Quando chegamos, ela me guiou por lugares que eu senti serem amplos como salões, um elevador e finalmente chegamos a algum lugar. Ouvi uma porta ser aberta antes de Adeline dizer:

— Pode tirar a venda.

Fiz o que tanto queria a vários minutos e quando abri os olhos, me deparei não só com as luzes intensas da cidade vistas de tão alto, mas também com um grande helicóptero. Bem na minha frente.

Senhorita AspenOnde histórias criam vida. Descubra agora