Adeline Percy
Manchester, Inglaterra - 2022Eu havia pensado em inúmeros lugares onde poderia levar Cecília e nenhum deles pareceu bom o suficiente. Pensei que um passeio de helicóptero e um jantar não seriam o bastante, mas foram, ela ficou maravilhada com o passeio.
Seus olhos brilhavam enquanto ela se deslumbrava com a cidade iluminada, as mãos geladas sobre as minhas ficaram quentes rapidamente e me agradeceu com um sorriso tão verdadeiro, que me fez entender que aquilo significou mais para ela do que eu imaginei.
Quando me disse que seu sonho era brincar na chuva, não pensei duas vezes em brincar com ela. Sabia que queria fugir da conversa, seus olhos ficaram turvos quando perguntei sobre sua carreira como professora, talvez Cecília tenha um passado tão difícil quanto o meu. Esperava que um dia ela confiasse ele à mim, assim como esperava confiar o meu à ela.
Corremos pela cidade molhada até a chuva diminuir, estávamos completamente encharcadas e eu me sentia tão feliz com ela. Era estranho o tanto que aquela mulher mexia com os meus sentimentos de uma forma boa, como ninguém conseguiu. Ela, desde que apareceu à pouco mais de um mês, tem tirado os melhores sentimentos do meu peito e eu não entendia.
— Isso foi muito legal. — ela diz enquanto ri ofegante quando paramos em outra rua, menor do que a que estávamos, da qual nos beijamos.
Eu ainda sentia aquele beijo, sentia a boca dela na minha e sentia seu calor quando ela ainda estava segurando em minha mão.
— Realizei seu sonho? — pergunto, ela estava tão linda, Cecília conseguia ser bela até molhada pela chuva.
— Você fez mais do que só isso — diz, se aproximando. — Me fez sentir a felicidade outra vez, depois de tanto tempo. — Cecília sorriu e eu sorri com ela.
Aquele sorriso, aquela porra de sorriso. Junto com aqueles olhos, verdes, intensos e agora, tão verdadeiros, com um brilho que quando a conheci, não existia e agora estava ali, brilhando para mim e não pelas luzes.
A beijei, como se a minha vida dependesse de seu beijo, como se meu fôlego só pudesse ser encontrado em seus lábios, como se a terra fosse colidir com a lua a qualquer instante e eu precisasse beijá-la.
Eu queria culpar o vinho pelo calor incandescente em meu corpo, mas não posso, pois a culpa é exclusivamente de Cecília. Dela, de seu cheiro, seu toque, sua risada, seu sorriso, seus lábios, seus olhos... Ela era culpada pelo tesão que me abalava.
Minhas mãos tinham vida própria para explorar seu corpo, sua língua quente embaixo da garoa dançava com a minha, Cecília tinha gosto de vinho e pecado.
— Adeline, estamos no meio da rua... — ela diz ofegante quando desço meus beijos pelo seu pescoço. Me lembrei que havíamos passado por uma viela estreita nessa mesma rua.
Peguei em sua mão e andamos alguns passos voltando para trás, a puxei para dentro da rua escura e a prendi na parede.
— Você é doida — fala sorrindo e olhando para os lados. — E se pegarem a gente?
— Seria tão ruim? — pergunto a provocando com os dedos que acariciavam a lateral de suas coxas, sem deixar o olhar de seus lábios. Deixo um beijo casto em seus lábios, descendo para o queixo, o pescoço, a carótida, pressionando meu joelho no meio de suas pernas. — Você está excitada com a possibilidade de ser pega, Cecília. — sussuro em seu ouvido.
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Senhorita Aspen
Romance16+ | LGBTQIAP+ | Age gap "Dentre todas as vezes em que estive no inferno, em nenhuma delas tive a chance de conhecer o Diabo. Você me levou ao paraíso apenas por segurar minha mão e foi aí que eu pude conhecer a verdadeira serpente do Éden."