Onde compra salmão?

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Acordar com batidas na porta era desagradável, agora acordar com fome ouvindo alguém esmurrar sua porta era mais do que a curta paciência daquele homem poderia suportar, porra, eram onze horas da manhã de um sábado.

- Ô caralho vai bater na porta da puta que te pariu- Jungkook gritou enrolado nos lençóis, sentindo o sono voltar lentamente para seu corpo... até se lembrar que a única pessoa que bateria em sua porta naquele horário era a sua mãe- Fudeu.

Alguns minutos depois, rezando para todos os santos que conhecia e com um sorriso amarelo demais o empresário abriu a porta, andando pra trás com medo daquela mulher minúscula furiosa, ela parecia determinada a acertar um chinelo em sua bunda e Jungkook tinha consciência que a pouca carne do lugar não iria protege-lo.

- Você bateu?- Perguntou fingindo confusão, arregalando os olhos como um cachorrinho- Nossa, nem ouvi.

A mulher se acalmou depois de acertar o chinelo em sua coxa, isso foi o bastante para Jeon Jieun sorrir outra vez, junto ao seu filho, agora perdoado.

- Cadê a sua Noona?- colocou as mãos na cintura, olhando de lado a bagunça do quarto do seu bebê.

- Dei uma folga pra ela coitada- Jungkook comentou, distraidamente chutando um par de meias sujo pra debaixo da cama, onde tudo que caia no chão ia parar- Heim, mãe, acabei de lembrar que dei folga pra dona Rosa também, e pra cozinheira... e agora?

Ela largou o quinto copo que recolhia no quarto do seu filhotinho de vinte e quatro anos e o olhou, a sobrancelha de henna arqueada em deboche.

- Agora se vira, ué.

- Vou comer o que no café?- sentou na cama com seu celular aberto no aplicativo do Ifood- Vou pedir um salmão grelhado com molho agridoce de, Ei! Devolve meu telefone mulher.

A mais velha simplesmente desligou o aparelho o guardou na bolsa, com a expressão típica de quando as mães se perguntam onde foi que errou na criação de seus filhos, qual é? Tudo bem que Jeon nasceu muito rico, mas ela vinha de origens pobres, seu filho ao menos sabia o que era isso?

- Você vai cozinhar hoje- disse decidida, nem ligando pra boca aberta em descrença de Jungkook- Tá esperando o que?

- Você dizer que é brincadeira?- tentou a sorte- Poxa mãe, eu sou um CEO, sabe o que é isso? Sou dono de empresa, rico, gato, malhado... eu não cozinho.

- 1... 2... não me faz chegar no três- ameaçou, sorrindo ao ver seu filho sair correndo até a cozinha, descendo até pelas escadas por medo do tão temido 3.

Algum tempo depois chegou no cômodo enorme, vendo o jovem abrir um tutorial de salmão grelhado no YouTube, usando seu celular reserva.

- Você não pode ser assim meu menino- Jieun se aproximou cuidadosa, afagando as costas enormes de seu bebê- A empresa foi criada por seu pai, você herdou ela, não é algo realmente vindo do seu suor.

Jungkook assentiu despreocupado, enquanto revirava os armários em busca de uma panela, era isso não é? No tutorial não especificava qual, então aquela tampada com um lacre em cima deveria servir.

- Eu trabalho todo dia, de manhã, a tarde e a noite mamãe- lembrou ela dos seus esforços, mesmo que ela soubesse- Eu mereço pedir comida no meu dia de folga.

- Eu sei bebê- ela trocou a panela e o entregou uma frigideira- Mas você não limpa nem sua bunda, não pode ser assim.

- Credo mãe, tá parecendo pobre falando assim- Jungkook se arrepiou ao lembrar de quando foi inventar de ir ele mesmo entregar sua doação de cestas básicas e foi abraçado, repito, abraçado, por um homem fedendo a sovaco, Jeon pode sentir os pelos molhados de suor da axila do homem molhar sua blusa social, desde então, evita eles, desde antes também.

O que eu não faria por Park Jimin?Onde histórias criam vida. Descubra agora