Capítulo 5

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Ísis Bellini

Ísis estudava seu reflexo diante do espelho improvisado, do quarto de visitas de seu irmão. Ela terminava de passar o protetor em seu rosto, que já estava vermelho de tanto sol que vinha pegando nos últimos dias. Decidiu deixar seu cabelo molhado, mesmo sabendo da probabilidade dele armar assim que secasse naturalmente.

Bellini colocou as mãos na cintura, ainda frustrada em ter que usar a camiseta do Palmeiras, por ser a sua única opção confortável, e que não apertasse em seus peitos, que começaram a ficarem doloridos. E talvez sua única alegria fosse seu shorts jeans preto, ou então seu tênis de glitter que tinha comprado com a ideia de usar apenas no ano novo, mas tinha saído da loja com ele nos pés.

— Você está simplesmente linda — Veiga falou assim que entrou no quarto — Eu já te disse o quanto que seus olhos combinam com a cor verde?

— Nem começa — um sorriso discreto apareceu em seu rosto.

O jogador a abraçou, e Ísis se aconchegou nos braços dele.

— Tem certeza de que você não quer descansar mais? — ele perguntou — o Felipe me disse que o Luccas entendeu se você não pudesse participar do aniversário dele.

Ísis vivia outro dilema além das roupas. Estava tão cansada nos últimos dias, que em qualquer lugar em que ela fechasse os olhos, ela dormia por horas. E mesmo sua mãe dizendo que era totalmente normal, ela se sentia frustrada em ter que perder boa parte do seu dia para dormir.

— Tenho — Ísis olhou para ele — principalmente porque agora é quase a hora de cantar parabéns, e eu preciso experimentar o bolo.

Ísis respirou fundo, e se concentrou no perfume do jogador, um dos únicos que ela continuava gostando e não tinha enjoado devido a gravidez, foi só então que percebeu o quanto estavam perto demais.

Ele sorriu, antes de seus lábios se encontrassem com os dela.

E naquele instante  o mundo então se reduziu as batidas agitadas de seu coração.

(...)

A porta do elevador fechou, Ísis brincava com sua aliança de namoro, enquanto esperava pacientemente o elevador ir até o andar onde acontecia a festa de Lucca.

Veiga por outro lado, encarava a sua própria imagem que passava na tv, ao falar de campeonato brasileiro. O que fez Bellini revirar os olhos, e ele gargalhar da reação de sua namorada.

— O palmeiras já ganhou o brasileirão desse ano, e para a sua felicidade, vai ganhar ano que vem também.

— Você sabe que acabou de zikar o seu time né? — ela disse em tom debochado — não se pode cantar vitória tão cedo assim.

— Me diz um time que pode tirar o título do Palmeiras. Seu time é que não é.

Ela beliscou ele, fazendo com que o jogador xingasse baixo.

— Não fala assim do meu time, é óbvio que eles têm capacidade de ganhar o brasileirão — Ísis mordeu a parte de dentro da boca para conter o riso.

— Nem você confia no corinthians — os lábios dele se curvaram em um pequeno sorriso — vamos fazer uma aposta.

— Que aposta?

— Se o palmeiras for campeão, você tem que dizer publicamente que ama o palmeiras e sempre amou — ele sugeriu — e se qualquer outro time ganhar, você vai poder esfregar na minha cara que durante um ano, sempre esteve certa.

A porta do elevador abriu, e o cheiro do mar invadiu as narinas. Raphael entrelaçou sua mão com a de Bellini, enquanto saíam do conforto do ar condicionado, para o calor da praia, e andavam até o salão de festas reservados à beira da praia.

— Mas eu não ganho muito com essa aposta.

— Como não?! — ele perguntou indignado.

— Eu ganharia mais se tivesse que assistir um jogo do meu time, e com a camiseta do corinthians.

— Mas isso seria em casa, e só eu e você saberia disso, certo?

— Óbvio que sim, Rafa — ela disse, enquanto parava de andar, para recuperar o fôlego — eu não quero acabar com sua reputação e nem que você tenha que rescindir seu contrato.

Ele refletiu por um tempo, e antes de proferir sua decisão, pegou seu boné e colocou em Bellini, que enxergava com dificuldades devido ao sol forte.

— Então eu aceito todos os seus termos e condições — ele repetiu as palavras que mais escutava dos clientes de Ísis.

— Eu vou me lembrar desse dia perfeitamente, Rafa, porque um contrato verbal vale tanto quanto o escrito — ela disse, ao voltar caminhar.

Naquele instante, o lado de competitividade de Ísis tinha sido ativado, e por isso fez com que ela não prestasse atenção no sorriso vitorioso que surgiu no rosto de Veiga, porque aquela aposta seria como uma motivação para ele, toda vez que entrasse em campo.

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NOTAS DA AUTORA

Oie pessoal, tudo bem?

Eu sei, tenho falhado demais com vocês em não postar os capítulos toda sexta feira, é que não sei o que acontece, simplesmente não consigo escrever, estou em um bloqueio criativo? Sim, mas estou usando todas minhas alternativas para controlar isso.

MAS, vou postar três capítulos hoje, pois na próxima semana estarei viajando. E talvez essa viagem seja o motivo do meu bloqueio criativo kkkkkk

Inclusive, vou viajar bem no dia que o corinthians estreia no paulistão, e detalhe, vai ser bem no dia do meu aniversário, e apesar de eu estar 100% animada para ver o resultado do jogo (já que o jogo em si eu não vou conseguir assistir), eu tenho um certo pé atrás, porque ano passado eles jogaram também no dia do meu aniversário e empataram com o Inter de limeira :|

Enfim, até o próximo capítulo.

SINAL POSITIVO | Raphael Veiga Onde histórias criam vida. Descubra agora