Capítulo 2

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Ísis Bellini

Ísis estava sentada em uma das poltronas, da área de convivência do hotel, quando escutou o barulho da chuva forte batendo em um das janelas, ela se encolheu na tentativa fracassada de lidar com o seu medo. Sentiu seu coração bater mais rápido, assim que o estrondo intenso surgiu, e em seguida todas as luzes se apagaram.

Bellini segurou mais forte o livro que antes lia. Ela procurou o celular no bolso do seu moletom, mas xingou mentalmente, ao se lembrar do péssimo costume de desapego que tinha.

O céu se iluminou novamente, e dessa vez ela se encolheu ainda mais, e fechou os olhos, porém de nada adiantou, o trovão tinha sido mais forte do que a outra vez, para seu desespero.

— Ísis — uma voz baixa a chamou.

Ela abriu os olhos, e se deparou com Veiga, e suspirou aliviada quando ele segurou sua mão.

— Eu odeio chuva — Bellini disse por fim

— Eu sei — Raphael se sentou na poltrona vazia que tinha ao lado da loira — Por isso eu vim ficar com você.

Quando criança, Ísis ansiava pelo final da tarde para ir brincar na chuva, mesmo sabendo que iria escorregar e ralar o joelho. Até a última vez que viu sua mãe, entrando no carro com a desculpa esfarrapada que iria em um curso, a garota achou estranho pela tempestade que estava tendo, mas mesmo assim não questionou. E por muito tempo, ela carregou aquela culpa, porque talvez se Ísis tivesse contestado a sua mãe, ela jamais teria abandonado seus filhos.

— Temos um problema, meu bem — ele começou a dizer, chamando atenção de Bellini.

— Que problema?!

— Eu sou palmeirense e você Corintiana — Ísis revirou os olhos, ao escutar aquilo — Agora que somos pais, precisamos chegar em um consenso.

— Ah para com isso — Ela disse, enquanto um sorriso surgiu em seus lábios — Nosso filho, ou filha, vai saber o que é torcer para um time bom, como o Corinthians.

Ele gargalhou.

— Cadê a piedade com a nossa criança, Ísis? Como eu vou lidar com duas pessoas emburradas quando chegar em casa, depois de ter feito gol no time de vocês? — o jogador encarou a loira — Para o bem estar, é melhor ser Palmeirense. E você também deveria, já que na gravidez não pode passar tanto estresse assim.

— Que golpe baixo, Raphael Veiga — ela falou — eu jamais vou trocar de time, sabe disso.

Ísis não sabia onde e quando o seu pai tinha errado na educação de seus dois irmãos, já que tanto Igor quanto Felipe, eram Palmeirenses jogado em uma família inteira Corintiana. No início, sua avó tinha ficado decepcionada com eles, já que ela era a pessoa mais corintiana que Ísis conheceu, mas depois era interessante ter dois rivais na família, para rir da cara deles quando o Palmeiras perdia.

Felipe, que carregava uma enorme caixa de papelão, passou por Veiga e Ísis. Os dois se entreolharam e estranharam a cena.

— É as coisas do aniversário do Lucca que chegou.

— Mas faltam três dias para a festa dele — Ísis indagou.

— Eu sei — Felipe deu de ombros.

Bellini estava pronta para apresentar mais argumentos ao jogador, quando viu seu sobrinho andando pelo Hall do hotel. Ela sorriu ao ver ele, mas em seguida seus olhos arregalaram.

— Amor, corre atrás do Lucca. A festa dele é surpresa!

Raphael correu.

E Lucca correu ainda mais, para seu desespero.

E tudo que Ísis pode fazer, era ir atrás deles com passos acelerados, pedindo aos céus para que Lucca não entrasse no salão de festa. E suspirou mais uma vez aliviada, quando viu o garoto no colo de Raphael, rindo da angústia dos dois.

— O que você acha da gente assistir desenho no meu celular? — Veiga sugeriu e o menino pareceu gostar.

— Mas pode ser desenho do sonic?

— Pode.

Lucca comemorou, com gritinhos de alegria, o que aqueceu o coração de Bellini que se pegou sorrindo feito uma boba para aquela cena.

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NOTAS DA AUTORA

Oie pessoal, tudo bem?

Estão gostando da fanfic? Sim sim? Não Não?

Acharam que eu esqueci de postar o capítulo hoje? Nãoo, a verdade é que a autora aqui se esfolou no chão para salvar meu sobrinho de um carro que apareceu do além na rua.

E falando nisso, o problema que a Ísis e o Veiga tem, aqui na minha casa também temos. De todo o tempo que eu conheço a minha cunhada, eu só vi ela assistindo jogo na copa do mundo só sabendo que quem é o camisa 10 é o Neymar. E era assim até ela se sentir ofendida porque meu irmão começou a mostrar coisas do Corinthians para o meu sobrinho. E então surgiu mais uma palmeirense no mundo.

E ela fez totalmente a cabeça do meu sobrinho para torcer para o palmeiras.

Mas eu sou persistente, e hoje ele saiu da minha casa dizendo que era gandula do Corinthians :)

Eu sei que em um futuro ele pode dizer que vai torcer para algum time fora de SP, tudo bem. O único consenso que eu, meu irmão e minha cunhada temos é que SÃO PAULO NÃO!

Enfim, até semana que vem!

SINAL POSITIVO | Raphael Veiga Onde histórias criam vida. Descubra agora