Capítulo 15

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Ísis Bellini

Há 20 anos atrás, a história de Ísis e Veiga começava a ser escrita. No princípio, não existia o limite tênue entre o amor e ódio. Mas no fim, Bellini se dedicou a odiar o melhor amigo de seu irmão, e quando menos esperava, o amor lhe invadiu o coração, e ela percebeu que era bom.

Por isso, 20 anos depois, eles permaneciam juntos. Dessa vez na cidade onde cresceram, pois aquele dia era um dos mais especiais de suas vidas.

Ísis tinha acabado de entrar na piscina e tinha se arrependido, estava frio, mas pelo menos seu cabelo continuava seco e hidratado, resultado de uma tarde inteira no salão.

— Um passarinho me contou, que você trocou de medica — O jogador, que já estava na piscina, a abraçou.

— Sim, encontrei uma mais profissional, de preferência que não flerte com o meu noivo durante a consulta inteira.

— Foi a consulta inteira? — Ísis concordou — eu não tinha percebido.

Bellini revirou os olhos, tirando uma risada de Raphael.

Estavam a poucas horas do tão esperado chá revelação, que iria acontecer no Hotel Bellin, e por esse motivo a mãe de Veiga, insistiu para que o casal ficasse em sua casa, para não ter nenhum risco de descobrirem antes da hora.

A casa que conhecia tão bem, por ser na mesma rua que a antiga casa de seus pais.

— Isso me faz lembrar da menina da sua sala, que queria sair comigo.

— Ah, era a Vitória! Em minha defesa, a gente tinha brigado e eu estava com medo de te perder para aquela quenga lazarenta, e eu só te disse para você ficar esperto porque ela só queria tirar sarro com a tua cara.

— E deu uma ameaçada de leve nela também, que eu fiquei sabendo depois.

Bellini gargalhou, se lembrando perfeitamente daquele dia.

(...)

O alvorecer já dava indícios, quando Ísis e Veiga chegaram no hotel. Bellini apertava a mão do jogador, enquanto estava no elevador indo para a recepção. Os minutos então se tornaram uma eternidade, para seu desespero.

Assim que as portas do elevador se abriram, ela respirou fundo, aliviada. Os dois estavam indo em direção às amplas portas que davam acesso à praia privativa do hotel, mas o que aconteceu em seguida, tinha sido rápido demais.

— Ninguém vai me impedir de participar de um dos momentos mais especiais para a minha filha! — A voz era familiar, mas não era de Kendra, e sim de Alana.

E pânico lhe invadiu, e percorreu o seu corpo, assim que viu a mulher que lhe tinha dado a vida.

— O que você faz aqui, Alana? — Tinha sido Veiga que a questionou, enquanto se posicionava à frente de Ísis, em uma maneira de poupar sua noiva de mais sofrimento.

— Vim participar do chá revelação, ou vocês acharam que eu ia perder esse momento? — Alana olhou para Bellini de cima a baixo, uma mania que ela sempre odiou — Olha só para vocês, tão lindo juntos!

— Você abandonou a sua família, por um sonho idiota, deixou eles na miséria, enquanto vivia no luxo que a Espanha te proporcionava — o jogador ainda segurava a mão de Ísis — Desde quando você acha que seria uma boa ideia, aparecer em um dos dias mais importantes das nossas vidas?

— A Ísis vai ter que me perdoar algum momento — Bellini soltou um riso baixo e irônico — Eu sou a mãe dela, Raphael!

— Você não é mãe coisa nenhuma! Quando os seus filhos precisavam de uma mãe, era a minha mãe e a Kendra que estavam lá. Você abdicou desse posto há muito tempo.

Alana abriu a boca para falar, ela estava visivelmente estressada com a situação, mas logo percebeu sua desvantagem assim que Arturo e Igor chegaram.

— Alana, não me obrigue a chamar o segurança — Arturo a ameaçou.

— Felipe me convidou para estar aqui — seus lábios se curvaram em um sorriso de desdém — você não pode me tirar daqui.

Felipe se aproximava com uma postura diferente das outras vezes, seu orgulho parecia dançar em torno da verdadeira razão. Mas assim que viu Ísis, ela estava lívida e seus olhos denunciavam o estado do coração. E o que quer que sua irmã tenha interpretado em sua expressão, fez seus ombros cederem.

— Como você pode fazer isso? — a voz de Ísis não passava de um sussurro — depois de tudo o que ela fez?!

— Porque ela sempre foi a única pessoa capaz de me amar.

— Deixa de ser trouxa, Felipe — Ísis deu um passo, ficando ao lado de Veiga — ela quer se aproveitar de você.

— Como você pode falar uma coisa dessa, da nossa mãe? Sendo que a aproveitadora aqui, é você!

Ísis colocou a mão no seu coração, em uma reação voluntária, e com a outra ela segurou o braço de Raphael mais forte, sentindo sua tontura vindo à tona.

— Para com isso, Felipe — Arturo disse autoritário — saia já daqui!

— Está feliz, Ísis?! Eu sempre tentei te ajudar, e mais uma vez estou saindo como o vilão da história.

A cabeça de Bellini latejava, e ela fechou os olhos, para aliviar a dor. Respirou fundo, sentia como se houvesse um nó em sua garganta. Aquela traição era uma das piores dores que sentia, era como se tivesse sido apunhalada pelas costas várias vezes.

Estava perdendo noção da realidade, pois sentiu que Veiga a segurou pela cintura, antes que ela desmaiasse.

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NOTAS DA AUTORA

Oie pessoal, tudo bem?

Precisei postar novamente o capítulo, por alguns erros no momento da edição e outros ortográficos que eu não tinha visto, fora isso o conteúdo do capítulo continua sendo o mesmo.

Vocês realmente acharam que iria ter um chá revelação tão fácil assim??? kkkkk

Esse capítulo logo se tornou o meu favorito, e eu não sei nem explicar o motivo.

Lembra no início que eu sempre falo que todo mundo é vilão na história de alguém? Pois é galera, a Ísis é vilã na história do irmão dela, e agora ele é vilão na sua história.

Mais um assunto, vocês viram que o dia até se alegrou com o jogo medonho do Palmeiras??? Palmeiras empatado em casa, e o meu timão ganhando de 3 e 0, com duas pinturas... O que eu comemorei o gol do Garro, que me lembrou muito o jogo contra o próprio Palmeiras pelo Paulistão, e o gol do Coronado não tá escrito.

Enfim, até semana que vem!

SINAL POSITIVO | Raphael Veiga Onde histórias criam vida. Descubra agora