Capítulo 13 - Raphael Veiga

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Raphael Veiga

Era um dia antes da partida entre Palmeiras e Flamengo, e os jogadores finalmente foram liberados para ficarem um pouco com a sua família.

O hotel onde a delegação do Palmeiras estava hospedada em Brasília, tinha como principal ponto a sua decoração clássica. Era de fato encantador a história contada por cada local, mas para ele, não chegava nem aos pés do hotel que sua noiva vinha planejando a anos.

Veiga encontrou com Felipe, no bar que tinha perto da piscina, onde certamente estavam Isabella e Lucas.

— Ta nervoso com o jogo amanhã? — Felipe perguntou,

— Antes eu estava, mas agora não tanto.

Raphael sabia que seu amigo não consomia nenhum tipo de bebida alcoólica, e que só estava sentado em uma das mesas, pela facilidade de não tirar os olhos de Luca, que parecia estar se divertindo nas costas de sua tia.

— Vai ser um jogo bom, Rafa — ele falou depois de um tempo — vocês são uma boa equipe.

Raphael concordou, também agarrado naquela chama de esperança.

Seu celular tocou, e ele sorriu ao ver o nome de Ísis aparecer na tela do celular.

— Oie amor, eu to saindo do shopping agora — Ísis falou — Você acredita que eu bloqueei o meu cartão porque eu esqueci minha senha. Precisei usar o seu, mas por favor não entra no seu estrato, se não vai estragar a minha surpresa.

— Não tem problema, meu bem, nem recebi notificação — ele mentiu, e esperou que ela acreditasse — mas esse cartão não era o novo?

— Era veiguinha, eu tive que pedir um novo porque meu antigo foi clonado lembra? — Ísis perguntou, e ele concordou — só que eu esqueci disso, coloquei a senha antiga três vezes, aí só quando bloqueou que eu lembrei disso.

— Tudo bem, amor. Eu deixei com você, para você usar. Depois a gente resolve isso, quando voltarmos para São Paulo.

Raphael riu com a felicidade de Ísis do outro lado da linha. Bellini se despediu com a promessa de que logo chegaria, e ele torcia para que fosse verdade, pois queria saber o que ela foi fazer em uma loja do palmeiras, sendo que Veiga deixava todas as suas camisas com ela, quando levava para casa.

— Você é apaixonado pela Ísis, Veiga! — Seu amigo comentou — Desde sempre, e vocês nunca me falaram sobre isso.

O jogador deixou seu celular de lado, e procurou coragem para dizer aquilo que por muito tempo ficou apenas entre ele e Ísis.

— Mas foi você quem provocou isso, quando percebeu que existia algo entre mim e ela, você a proibiu de ter qualquer tipo de sentimento por mim.

— Não era isso que eu queria dizer para ela na época, mas eu fiquei tão frustrado com a ideia de perder meu melhor amigo, por conta do mesmo motivo de sempre — Felipe respirou fundo antes de continuar — Depois que você saiu do São Paulo e voltou para casa, eu fiquei feliz, pensei que teria meu amigo de volta. Mas não foi assim, cada dia que passava, você estava mais distante. E um dia eu entendi o motivo, te vi na praia beijando a minha irmã.

Felipe tinha sido interrompido por Lucas que queria mostrar a ele a sua coragem em subir na pequena prancha que havia ali.

— Naquele dia, Rafa, eu me senti traído por vocês dois. Depois de meses você precisou mudar de estado as presas, e eu vi como a solução perfeita para os meus problemas, então menti para Ísis e ela ficou arrasada e parou de falar com você. Eu achei que meu plano era bom, porque por três anos da minha vida, fui filho único, e quando minha mãe engravidou, pensei que seria legal ter dois irmãos, até a Ísis nascer, ela sempre foi o amor da vida do meu pai, e isso piorou quando minha mãe fugiu. Então quando você apareceu, achei que seria impossível alguém acabar com a nossa amizade. Eu via ela como uma ameaça, e por isso fiz o que fiz. Só que ver ela sofrendo daquela forma, me machucou demais, mas já era tarde.
   
— Mas isso tudo não justifica nada.
   
— Eu sei, mas essa era uma desculpa que eu acreditei por muito tempo.

— Nossa amizade nunca mais foi a mesma. Me aproximei de Ísis depois de muito tempo, mas ela logo me rejeitou — A voz do jogador era baixa — eu preferi poupar Ísis de saber que seu próprio irmão tinha sabotado ela. Tive que aprender a viver com aquilo, me arrisquei no amor e nunca dava certo, porque não era ela ao meu lado, a mulher da minha vida, que eu perdi por uma mentira sua, Felipe.
   
— Ela não sabe?
   
— Não, já era sofrimento demais ela achar que eu fui para outro estado viver o meu sonho ao lado de outra menina. Conhecendo Ísis, ela não iria te perdoar por isso.

Felipe respirou fundo, e Raphael agradeceu aos céus por naquele instante Ísis aparecer. E como era de costume, seu coração palpitava mais rápido todas as vezes que a via.

Bellini usava um vestido preto, e um tênis com detalhes verdes, que o jogador desconfiava seriamente ser seu. Raphael foi até ela, ansiando por ficar perto de Ísis, e fingiu espanto ao ver a sacola com o símbolo do palmeiras em suas mãos.

— Preciso saber o que você, corinthiana, foi fazer sem a minha presença na loja do palmeiras — ele ajeitou o cabelo dela, antes de depositar um beijo em seus lábios.

— Fui comprar as duas camisas novas dessa temporada para meus irmãos, e outra camisa para o nosso bebe — Veiga não conseguiu evitar de sorrir, e discretamente passar a mão da barriga de Ísis que já aparecia.

Raphael poderia ficar abraçado com Ísis por muito tempo,se não fosse pela indignação de Felipe e Igor.

— Como você pode fazer isso, Isa?

Bellini no mesmo instante foi até sua irmã mais nova, que encarava Felipe.

— O que foi?

— Isabela virou flamenguista.

Isis colocou a mão no coração, fingindo estar ofendida, e ela gargalhou.

— Como assim você fala isso na véspera do jogo? — Veiga disse, entrando na brincadeira.

— É que eu quero comemorar o Gol do Gabigol e do Arrascaeta amanhã.

Raphael considerava Isabela como sua irmã mais nova, tinha visto a menina desde seu primeiro mês de vida. Não achava que ficaria tão emocionado com aquele momento, mesmo não sendo o palmeiras o time que ela decidiu torcer, já tinha aprendido a amar independente desse detalhe. E por isso, em meio às ameaças que Ísis fazia a seus dois outros irmãos, ele a fez uma promessa em segredo.

— Quer uma camisa do Gabigol ou do Arrascaeta?
Ela olhou para ele incrédulo.

— Arrascaeta, com certeza!

— Vou providenciar uma para você, então.

Isabela sorriu antes de abraçar o jogador.

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NOTAS DA AUTORA

Oie pessoal, tudo bem?

Não, dessa vez eu não estou bem. Gente eu tenho 21 anos, ou seja, eu demorei um pouco para entender o futebol, não tenho muitas memórias afetivas de 2007, 2008... mas tenho de 2012 perfeitamente... o que eu quero dizer, é que desde quando eu me entendo por gente, o meu ídolo, já estava no corinthians, o Cássio. Então não, eu não estou bem em ver o vídeo de despedida dele do Corinthians, eu não estou bem em assistir a um jogo e não ver ele como titular com a faixa de capitão ou no banco de reservas, não estou bem em pensar que por 12 anos, ele defendeu muito bem esse time, e o mínimo que ele poderia ter como uma despedida, ele não vai ter, não estou bem em pensar que o meu eterno camisa 12, não é mais o camisa 12. Sei que existem os mandamentos, é um deles dizer que nenhum atleta é maior do que o Corinthians... mas dessa vez vou me permitir sofrer, até porque não tem como não falar de Cássio e não falar de Corinthians, ou falar de Corinthians e não falar de Cássio, ele faz parte dessa história, e sempre fará!

Eu só sei que um dia, meus filhos vão chegar em mim e perguntar quem foi Cássio Ramos, e meus olhos vão se encher de lágrimas, vou encarar o horizonte e dizer: tudo começou em 2012...

É isso pessoal, nem minha mãe aguenta mais ouvir sobre essa assunto kkkkkk... deixando um pouco a minha tristeza de lado, semana passada não postei capítulo pq simplesmente meu computador decidiu parar de funcionar :|

E último assunto... Ooo Gabriel Barbosa, vc quer vir para o Corinthians é só falar amado! Kkkkkkkkk

Enfim, até semana que vem.

SINAL POSITIVO | Raphael Veiga Onde histórias criam vida. Descubra agora