Antônio: Você não tem muita escolha Thayla! -ele foi ríspido-
Eu: Está querendo dizer que eu sou obrigada a assinar esse contrato chulo?
Ficou um silêncio na sala.
Eu: Pois bem, posso ao menos trocar uma ideia a sós com o Gabigol?
Antônio: Tudo bem pra você? -Gabriel assenti, ele e Fabinho saem da sala-
Eu: Qual que é a tua? -cruzo os braços de frente pra ele-
Gabriel: Eu tenho que jogar com as minhas cartas, te falei que tudo que quero eu vou atrás!
Eu: Você está passando de todos os limites. Uma porra de contrato com validade de um ano! Você não tem noção das coisas?
Gabriel: Óbvio que eu tenho noção! Tanto que estou querendo você bem perto de mim.
Eu: Você é ridículo! Ta ligado que você está mexendo direto com o meu trabalho? Se você quer esbanjar, fazer propostas milionárias, problema é seu. Mano, me deixa fora dessa!
Gabriel: Você não vai assinar?
Eu: Eu tenho escolha Gabigol, caralho? -reviro os olhos- Quem pode fazer algo agora é você, rasgar essa porra sem fundamento e dizer "Ah Antônio, desculpas! Esse era um jeito fácil que eu encontrei de comer sua funcionária." -tento imitar a voz dele- Num fode! -dou as costas e saio em direção da copa para beber uma agua-
Fabinho: Vamos assinar? -diz assim que eu entro na sala-
Eu: Vou ler, ou vocês acharam que eu ia assinar sem saber as palhaçadas que tem nesses papéis?
Antônio: Tem umas cláusulas importantes na penúltima folhas!
Lá vem.
3.1 Usar roupas casuais, sendo dispensável o uso de quaisquer uniformes;
3.2 Acompanhar o contratante em eventos privativos e trabalhos fora de campo;
3.3 Cuidar da imagem do contratante;
3.4 Estar à disposição para efetuar viagens;
Essas eram as cláusulas mais bizarras que já vi na vida. Ele só pode tá de brincadeira!
Eu: Quero umas exigências também e se não aceitarem eu não vou assinar!
Gabriel: Manda!
Eu: Em hipótese alguma quero ser incomodada em folga, se precisar, coloque outra pessoa em meu lugar. Sobre esses eventos privativos e trabalhos fora de campo, quero ser avisada com antecedência, se for no mesmo dia, eu não vou.
Gabriel: Fechado! Assina! -ele diz apontando para o papel-
Cada rubrica que eu dava nas páginas, era um ódio a mais do Gabriel que se instalava em mim.
Eu: Pronto! Estão satisfeito? -joguei a caneta na mesa-
Gabriel: Até amanhã! -ele pisca e pega o contratado-
Eu: Até quarta!
Gabriel: Quarta? -ele pergunta sem entender-
Eu: Não quero ser incomodada na minha folga! -dessa vez sou eu quem pisco com carinha de deboche-
Eles saem da sala, deixando apenas eu e Antônio.
Antônio: Que porra foi essa que aconteceu aqui? -ele diz bravo-
Eu: Eu que te pergunto! Você ceder assim sem mais nem menos.
Antônio: Você viu a quantidade de dinheiro que envolve esse contrato?
Eu: Beleza Antônio, você está certo! Tem que ir atrás de lucro pra sua empresa mesmo.
Antônio: Você vai cuidar de um cliente só e está com raiva?
Eu: Em algum momento eu já reclamei de cuidar de vários? Sinceramente, eu não estou te entendendo Antônio! Você que me entregou de bandeja pra ele, dizendo que realocava outros profissionais pra cuidar dos que meus e agora quer jogar pra cima de mim?
Antônio: Você está me interpretando errado!
Eu: Não estou, eu dou conta do meu trabalho. Agora se você quis que eu ficasse só assessorando o Gabriel já é um problema teu! Vou embora, tô perdendo minha folga.
Antônio: A gente conversa quando você voltar!
Eu: Será? Tem que vê se meu chefe Gabriel autoriza né, porque a partir desse contrato, parece que meu chefe é ele! -digo com sarcasmo-
Eu nunca fiquei tão puta nessa empresa igual estou, mano, não sei quem conseguiu me tirar mais do sério, Gabriel, Antônio ou o Fabinho com cara de bunda.
Estava distraída mexendo no celular, enquanto aguardava o elevador, quando chegou eu só entrei e senti um perfume amadeirado que estava sentido há minutos atrás.
Não podia ser!
Era ele, Gabriel. No mesmo elevador que eu. Só estávamos nós dois. Cadê o adestrador nessas horas? Evaporou.
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O que será que vem por aí?
