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E nessa hora a dor veio com tudo, eu fiz força mas parecia ser em vão.

De novo e nada.

Fabíola: Vamos Thay, tá quase! Você está indo muito bem.

Sinceramente eu não conseguia raciocinar se ela estava só me incentivando ou se eu estava realmente indo bem.

Eu: Ahhh, eu não consigo! To com muita dor e não tenho força nenhuma mais, eu quero a cesária -meu rosto já estava tomado pelas lagrimas-

Depois que conversei sobre os partos com a Doula, pesquisei muito e escolhi o parto natural. Mas não ultrapassaria os limites prejudiciais à saúde do Otto e nem a minha, a minha pra variar estava destruída, eu me sentia incapaz, eu não tinha da onde tirar mais forças.

Fabíola: Você tem certeza? Só falta o tronquinho dele, você vai sentir uma ardência e ele já estará aqui.

Gabriel: Amor! -levanto o rosto pra tentar olhá-lo- Você consegue -neguei com a cabeça- e eu estou com você! Faz o seguinte, quando for fizer força, aperta minha mão o máximo que você conseguir. Vamos tentar?

Concordei e parecia que só tinha eu e ele ali. Por que eu fiz o que ele pediu.

Eu: AAAAA -não sei da onde consegui tirar força, mas tirei- tá ardendo pra porra!

Fabíola: Tá indo bem, só mais um pouquinho!

Lá vai eu, tentar fazer mais força. Sinceramente, eu já estava pra lá de exausta. Fiz força novamente e fechei meus olhos, na tentativa de relaxar e respirar pra fazer mais força.

Foi aí que um som ecoou pelo ambiente, era fino e repetitivo.

_ Duas e cinquenta e sete -alguém gritou na sala-

Otto estava entre nós.

Fabíola veio trazendo aquele pacotinho enroladinho em uma manta em tom terroso e colocou nos meus braços.

Ele é lindo. Nessa hora, lágrimas rolaram ainda mais no meu rosto e do Gabriel.

Eu: Como é perfeitinho, meu Deus! Seja bem vindo, minha vida -passo a mão sobre a bochecha dele-

Gabriel: É a coisa mais linda!

Fabíola: Vem cortar o cordão umbilical, papai!

Com cuidado Gabriel levantou e com a ajuda dela, cortou. Ela veio me ajudar a colocar ele no peito para a primeira mamada. Ele começou a sucção e na real nem parecia a primeira vez, parece que ele já fazia isso há anos.

Gabriel: Eu tô orgulhoso pra caralho de voce, morena! Você foi incrível e guerreira demais, parabéns! -ele depositou um beijo na minha testa-

Eu: Te amo, obrigada por isso!

Eu disse que o amava, de uns tempos pra cá isso passou a ser falado por mim de uma forma super natural. Porque eu realmente o amava demais!

Ele saiu da sala e em seguida sua família já estava na parede de vidro eu me aproximei de lá e virei o Otto para que eles pudessem vê o rostinho dele.

Lindalva: Benza Deus, é a coisa mais perfeita do mundo! -eu não conseguia ouvir com nitidez, mas foi essa a frase que eu consegui ler dos lábios da minha sogra-

Logo eles saíram e eu voltei com a ajuda do Gabriel pra cama.

Gabriel: Vou ficar com ele pra você descansar. Ta bom?

Eu: E se ele chorar?

Gabriel: Boa pergunta! -rimos- Se ele chorar a gente vê, mas agora enquanto ele esta dormindo, você vai aproveitar pra dormir também, ok?

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