Eu: O que eu faço Dhiô?
Dhiovanna: Bi, a Thay vai precisar da gente! Espera passar o enterro e a gente vai preparando ela, pra você contar no momento certo.
...
PENSAMENTOS THAYLA
Acordei no quarto de um hospital, Gabriel e Dhiovanna estavam sentados no sofá ao lado.
Eu: Gabi! -me sentei e ele veio até mim imediatamente e segurou minhas mãos- é verdade? -ele confirmou com a cabeça e me abraçou forte, como se quisesse dizer que não me deixaria só-
É como se minha vida tivesse acabado ali, senti uma pontada tão grande, como se eu tivesse desaprendido a respirar, fiquei ali alguns segundos nos braços do Gabriel, eu só sabia chorar.
Não era possível meu Deus, eu perdi as únicas duas pessoas da minha vida de uma única vez.
Perdi meu alicerce, perdi meu chão, meu norte e o meu sentido.
Disparado a pior dor que já senti.
Eles estavam comigo há horas atrás e agora já não estão mais aqui.
Dhiovanna chorava também observando a gente.
A ficha infelizmente estava caindo. Eu nunca mais terei o abraço deles, as broncas, as conversas. Não terei comigo as pessoas que mais torceram e fizeram por mim, que mais me ajudaram nessa vida. Eles foram a minha vida até aqui, estão levando com eles parte do meu coração.
Um vazio enorme se fez dentro de mim.
Eles não estarão presentes fisicamente se um dia eu casar, eles não estarão presentes se um dia eu me tornar mãe, me corrói saber que eles partiram antes mesmo de conhecer os netos que sempre me pediram.
Meus sentimentos de tristeza foram interrompidos quando o celular da Dhiovanna tocou.
Dhiovanna: Minha mãe passou todas as informações do sepultamento -ela se aproximou da gente e nos abraçou- Thay, nada que eu disser agora vai diminuir sua dor, só quero que saiba que estamos com você e permaneceremos até o fim. Nossa família te ama muito! -ela me abraçou e eu danei a chorar-
Parece que eu perdi a fala e todos meus sentidos.
Gabriel: Vamos pra casa, quando o velório tiver liberado a gente vai pra lá -ele segura minha mão-
Eu: Tá, vamos!
Eu estava pra lá de aérea.
Gabriel me ajudou a tomar um banho. Me vesti e seguimos para o Cemitério Jardim da Saudade, onde aconteceria o velório e o sepultamento dos corpos.
Já haviam algumas pessoas no local, família e amigos meus e do Gabriel.
Quando me aproximei da porta de entrada, me deparei com a cena mais triste, dois caixões um ao lado do outro.
Foi difícil me aproximar, vê-los ali sem vida. Pareciam que estavam dormindo. Sem nenhum arranhão ou ferimentos nos rostos.
Literalmente, se tornaram meus dois anjos!
O pastor da igreja que eles visitavam em SP estava ali presente. Os pais do Gabriel conseguiram organizar um culto Fúnebre que iniciaria dentro de alguns minutos.
Pastor: Com a passagem dos nossos irmãos Charles e Márcia, em Cristo, existem várias coisas importantes que podemos tomar para a meditação do nosso coração! -todos estavam de pé em volta dos caixões, Gabriel estava me abraçando de lado, minha cabeça apoiada em seu peitoral- Deixarei um versículo de reflexão deste momento, para que possamos respeitar o momento da família, dando lhes o conforto que precisam.
"Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu. Há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou; tempo de matar é tempo de curar, tempo de derrubar e tempo de edificar; Tempo de chorar e tempo de rir; tempo de prantear e tempo de dançar"
Fizemos uma oração!
Pastor: Sei que o momento é doloroso, mas tenho certeza que eles não gostariam de vê ninguém aqui chorando. Eles foram felizes demais! Todos nós temos um propósito na vida e precisamos aceitar que eles cumpriram os deles. Thayla, meus maiores sentimentos à você. Saiba, que eles te amaram demais e se amaram também. E é tão lindo vê que nem a morte os separaram, estarão juntinho na eternidade. Vamos finalizar esse culto com um hino que eles amavam muito, então quem souber, peço que ajudem eu e Thayla, porque assim como eles, ela também ama muito! -concordei-
O pastor começou
Porque Ele vive, posso crer no amanhã
Porque Ele vive, temor não háLogo, estávamos todos em um só coral.
Mas eu bem sei, eu sei
Que a minha vida
Está nas mãos do meu Jesus que vivo estáE quando, enfim, chegar a hora
Em que a morte enfrentarei
Sem medo, então, terei vitória
Verei na Glória o meu Jesus que vivo estáQuando terminamos de cantar, todos aplaudiram! Antes de fecharem os caixões, eu fui me despedir deles pela última vez.
Que dor! Que dor!
O sepultamento aconteceu. O pessoal foi se despedindo de mim, quando a maioria foi embora, me aproximei da família do Gabriel.
Eu: Queria agradecer a vocês por isso, eu não conseguiria se estivesse sozinha!
Lindalva: Minha filha, estamos com você viu? -eu assenti e ela me abraçou afagando meus cabelos-
Valdemir: Pode contar com a gente! -nos abraçamos-
Gabriel: Quer ir embora ou ficar mais um pouco?
Eu: Prefiro ir!
Gabriel: Então vamos -ele juntou nossas mãos e nós saímos de lá junto com sua família
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Eu quero saber como consegui escrever esse capítulo, só isso!
Esse acontecimento já estava predestinado antes mesmo deu começar a pensar num final pra essa fanfic. Mas, vamo que vamo!